“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, raspou a cabeça e lançou-se em terra e adorou.” (Jó 1.20)
Nos versículos 20 e 21 do capítulo 1 de Jó temos o registro da sua reação ao receber a notícia da perda de todos os seus bens e da morte dos seus sete filhos e três filhas. Normalmente destacamos as suas palavras: “O Senhor deu e o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1.21). Porém, a reação de Jó não se evidenciou apenas em palavras, mas também em gestos que revelam o impacto emocional que ele sofreu. Como todo homem nobre e de posição naquela época, Jó usava um manto por cima de sua túnica. Ao receber as más notícias, como sinal de tristeza e mágoa, Jó rasgou o seu manto. Além disso, conforme o costume da Mesopotâmia e da terra de Canaã, Jó raspou a sua cabeça como sinal visível de luto. Com esses gestos, Jó demonstrou que não era um estoico, nem um masoquista, mas apenas um homem.
O estóico é alguém que se mostra indiferente à dor e ao sofrimento que está passando. Ele não demonstra nenhum sinal de que está sentindo incômodo algum. O masoquista é alguém que sente prazer com o sofrimento. As dores da vida lhe proporcionam sensações agradáveis.
O servo de Deus, porém, não é convocado a reagir como um estoico nem como um masoquista face às dores e sofrimentos que a vida lhe proporciona. Ele é convocado a reagir como um homem de fé. Um homem de fé sente o impacto emocional das perdas e tragédias, mas mantém a confiança de que Deus é Soberano no dar e no tomar, no desprazer dos insucessos e no prazer dos sucessos, na alegria dos ganhos e na tristeza das perdas, na frustração da derrota e na satisfação da vitória, na celebração da morte e na celebração da vida, na lágrima por alguém morreu e no sorriso por alguém que nasceu, na dor da tragédia e no alívio do livramento.
Portanto, Deus não requer de você que seja um estoico nem um masoquista, apenas um homem de fé capaz de adorá-lo em quaisquer circunstâncias.
Pr. Paulo César Nascimento
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