Em várias passagens das Escrituras Sagradas, Deus afirma expressamente que toda a obra espiritual genuína relativa à vida eterna celestial, em nós, é realizada pelo Espírito Santo, mediante a nossa fé em Jesus Cristo.
E isto opera por meio da nossa oração e leitura e prática da Palavra de Deus.
Mesmo nossas orações e prática da Palavra dependem inteiramente da ajuda do Espírito.
Sem Ele, é simplesmente impossível nos levantarmos de nossas fraquezas latentes referentes à nossa natureza pecaminosa, e aos ataques que sofremos dos espíritos das trevas.
Precisamos, mesmo em meio às nossas aflições e abatimentos, elevar nosso pensamento ao Senhor, em busca de socorro, clamando, ainda que seja com o coração, caso não tenhamos sequer força para expressá-lo com palavras com o abrir dos nossos lábios.
Das profundezas do nosso abismo espiritual, Deus nos ouvirá e nos fortalecerá para que possamos triunfar sobre todos os inimigos espirituais que procuram afundar a nossa alma no desespero e na incredulidade.
Se a bateria do nosso carro descarregar, pediremos auxílio a alguém para que nos ajude a empurrá-lo, para que o motor pegue, conforme se costuma dizer: “no tranco”.
De igual modo, se nossa bateria espiritual estiver descarregada ou descarregando muito rapidamente, devemos correr sem qualquer constrangimento em busca da ajuda de Jesus Cristo.
Ele nos empurrará adiante para que continuemos nossa caminhada de fé.
As virtudes citadas em Gál 5.22, como sendo o fruto do Espírito Santo, são forjadas e produzidas em nós pelo Espírito porque elas são o seu fruto, isto é, o que resultará em nós por andarmos nEle.
Todo ato de fé, de amor, de longanimidade, e de tudo o que ali se nomeia, é por conseguinte do Espírito e não de nós mesmos.
“Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade;” (Ef 5.9).
Toda a obediência e santidade que Deus requer de nós na Nova Aliança, todos os deveres e ações da graça, é prometido que serão forjados em nós pelo Espírito, de modo que estejamos seguros que de nós mesmos não poderemos fazer nada em relação a isto (Ez 36.27; Jer 32.39,40).
Nós servimos e adoramos a Deus no Espírito (Fp 3.3); amamos os irmãos no Espírito (Col 1.8); purificamos nossas almas obedecendo a verdade pelo Espírito (I Pe 1.22).
Estes, dentre muitos outros textos da Bíblia são suficientes para comprovar que o Espírito Santo, como o autor da nossa santificação, opera também em nós todos os atos piedosos de fé, amor e obediência.
E nós vemos assim quão contrárias são consequentemente à revelação da Bíblia as noções de alguns homens que afirmam que a santidade pode ser gerada pelos próprios cristãos, pelo bom uso da razão deles para não mentirem, não serem desonestos, não adulterarem e em resumo não praticarem nenhum pecado que possa se tornar público e visível.
Mas quem pensa assim está mentindo para si mesmo, sendo desonesto para com Deus e adulterando a Sua Palavra, porque não é este o caminho indicado por Ele para a santificação.
Porque santificação é muito mais do que comportamento aprovado pela sociedade, pois significa ter o coração guardado pela graça de Jesus, de modo que tenhamos permanente comunhão com Ele, com alegria, paz e gratidão, em toda e qualquer circunstância.