Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4.20-23).
A briga dos primeiros discípulos era contra as autoridades religiosas e não contra a autoridade governamental. Estranho, mas o Israel religioso tornou-se o seu maior inimigo.
Os primeiros cristãos, de maioria judaica, raciocinavam assim: Já que Jesus veio para os seus, será entre eles que a mensagem se espalhará. Sonhavam com a reforma do sistema ao invés de criar um movimento paralelo. Não contavam com o fato de que estruturas auto-sustentáveis vêem mudanças como ameaças.
Os seus não O receberam. Este fenômeno já ocorrera aos profetas veterotestamentários, que não pertenciam ao sistema e foram rejeitados por profetizarem o que o sistema não gostava de ouvir. Na sua maioria, os profetas não procediam do clero, mas do povo, por isto o clero os rejeitava. A ocorrência deste fenômeno se mostra cíclica e, ao que tudo indica, se repetirá imediatamente antes da implantação definitiva do Reino.
Pura química: Odres, com o tempo, se calcificaram, e em contato com o vinho eternamente novo, racham, reação ocorrida com a religiosidade judaica da época.
O sistema clerical calcificou e não mais respira oxigênio puro. A história se repete. O “corpo denominacional” começa a tratar a fé uma vez entregue aos Santos” como um agente invasor, cria anticorpos e rejeita os que o incomodam.
Alguns destes anticorpos são negociatas, conspirações, desvio de dinheiro, abandono de missionários no campo, lavagem de dinheiro, inadimplência, divisões, nepotismo e pressão corporativa.
A fé pura torna-se cada vez mais inadequada ao sistema. Princípios eternos são quebrados pelo sistematicamente pela religião em formação que prepara o mundo para o surgimento da Babilônia, a mãe das meretrizes.
Ubirajara Crespo