Como ministro do evangelho, temo cometer erros que impugnem meu ministério. Temo macular minha vida, minha mensagem, meu desempenho como servo do Senhor. Deus me livre de isso acontecer. Não sou capaz de, pelas minhas próprias forças, sabedoria, conhecimento acumulado ou experiência de vida, ficar isento de erros que me desqualifiquem.
Deus me livre de tropeçar, quer por atitudes, palavras, pensamentos ou ações. Se isso acontecer, que Deus me livre de racionalizações mirabolantes e justificativas carnais, maliciosas, demoníacas. Que as palavras de Paulo sejam gravadas a fogo e guardadas a sete chaves em meu coração: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1 Coríntios 9:27).
Deus me livre de abrigar mágoas ou ressentimentos em meu coração. Ouvi certa vez um servo de Deus dizer: – “um líder magoado é um líder falido”. Que Deus me encha de misericórdia e me livre de me tornar ressentido. Deus me livre de pagar com a mesma moeda. Deus me livre da vingança. Deus me livre da retaliação, do revide.
Deus me livre de achar que sei o bastante. Deus me livre da soberba do conhecimento. Que eu tenha sempre um coração pronto a aprender. Deus me dê mestres entre os mais novos do que eu e mais recentes no Reino, assim como um coração puro e humilde para aprender com eles. Deus me livre de me tornar, com o tempo, um “rei velho que já não se deixa admoestar” ( Eclesiastes 4:13).
Deus me livre de confundir autoridade com autoritarismo e abuse da posição que o Senhor me confiou. Deus me livre de desprezar as palavras de Jesus quando disse que “aquele que dentre vós quiser ser o maior, que seja o que sirva”. Deus me livre de me considerar melhor ou maior que os outros. Deus me ajude a ter um coração de cordeiro, tendo sempre como modelo aquele que disse: “aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração”.
Deus me livre de estudar a Bíblia com desleixo, má vontade ou por pura obrigação ministerial. Deus me livre de procurar minha Bíblia apenas nas horas que preciso de um sermão para pregar. Deus me livre do profissionalismo pois, como ministro, tenho vocação. Não sou um profissional.
Deus me livre da competição, do exibicionismo intelectual, e de procurar me apresentar como mestre ou instrutor de ignorantes. Deus me livre do farisaísmo hipócrita, da religião sem paixão, de ser “vinho velho em odre novo”.
Deus me livre de negligenciar minha família. Devo priorizá-la como querem as Escrituras: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8). Deus me livre de me entregar ao ministério procurando reconhecimento e aprovação do rebanho esquecendo-me que o principal rebanho que Deus me confiou é minha família “pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” ( 1Timóteo 3:5 ).
Deus me livre de me julgar eterno e negligenciar o preparo de um sucessor. Deus me livre de querer impor sobre ele, seja lá quem for, um continuísmo que só venha a sufocar seus dons e talentos pessoais. Que eu possa servir de escada e trampolim para que meu sucessor possa ir além e tenha eu a humildade de nosso Senhor Jesus Cristo quando disse: “aquele que crê em mim, obras maiores fará (João 14:12).
Deus me livre de perder de vista o anseio maior de meu coração neste mundo: o meu epitáfio. Que o texto que ali inscreverem tenha pelo menos menção de haver eu tentado servir a Deus com todas as minhas forças.
Só a Deus, seja a glória. Amém.
Pr. Sérgio Marcos