“Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.” (Marcos 11.24)
Podemos ver por estas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo que sem a fé, nenhuma oração, mesmo para as menores bênçãos, poderá ter sucesso; e que, tendo a fé verdadeira, nenhuma oração, mesmo para a maior bênção, jamais poderá falhar.
Se nos dirigirmos a Deus sem fé, desconfiando do seu poder e amor, em vez de honrá-lo, nós o insultamos, por lhe passarmos um atestado de incapacidade e de possível falta de interesse real por nós. Com tal comportamento, nós dizemos que mentiu quanto ao que nos prometeu, o Deus que não pode mentir e que sempre é fiel e verdadeiro.
Por isso, se alguém deseja viver a vida cristã, não poderá ser guiado por sentimentos, impressões e inferências, mas pela fé em Deus e na sua Palavra. A fé não é a força e a capacidade de poderosos, mas a fraqueza e a dependência dos que se reconhecem incapacitados e necessitados de Deus para tudo, sobretudo no que se refere às realidades da vida espiritual.
A expressão da fé é portanto possível a qualquer pessoa que se humilhe diante de Deus e que seja de espírito contrito. Assim, se faltar isto, e principalmente, caso reine a incredulidade em nossos corações, não podemos contar que sejamos ouvidos e ajudados por Deus. Sem fé é impossível agradá-lo, de modo que lhe sejamos aceitáveis, mas pela fé em Jesus e na obra que ele consumou por nós, tudo nos será possível, desde que esteja em conformidade com a sua vontade divina.
Se não cremos que Deus pode nos livrar do pecado, de um viver impuro, da depressão, da angústia, da ansiedade, enfim, de toda sorte de provações e tribulações, como Ele poderá nos ajudar, se nós mesmos nos fechamos para a recepção de qualquer auxílio da Sua parte?
Mas, por maiores que sejam os nossos problemas e dificuldades, não haverá qualquer impossível para Deus, para nos conduzir a um estado de firmeza, alegria e santidade, caso nos disponhamos a esperar pacientemente pela sua misericórdia e livramento.
Necessitamos da fé, especialmente, quando envolvidos em algum trabalho específico para a causa do evangelho, porque, certamente seremos fustigados pelo Inimigo de nossas almas, e sem o escudo da fé, não poderemos apagar os seus dardos inflamados, destinados a nos paralisar e deixar duvidosos, confusos e temerosos.
Deus nos livrará assim como tem feito desde os dias mais remotos, e como podemos ver nos exemplos registrados na Bíblia, e na história da Igreja; e sempre o fará, onde encontrar a fé que o honra. Se o Senhor não remover logo a aflição, ele nos dará força para suportá-la e até mesmo para nos regozijarmos nela, assim como fizera com o apóstolo Paulo no passado, 2 Cor 12.7-10.
A vida verdadeira da fé nos levará a reconhecer na própria provação, algo que é por nós e não contra nós, porque é por meio dela que somos aperfeiçoados no crescimento da graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, 2 Pe 3.18. Por isso, a hora da provação não deve ser encarada como um momento para ficarmos lamentando e murmurando, senão como uma oportunidade para exercitarmos a nossa fé no Senhor para acharmos força e consolo. A fé portanto afirma: “isto será mudado… esperarei… confiarei… serei paciente”, em vez de: “não tenho jeito não… acabou… isto não pode ser mudado… só me resta lamentar e esperar o pior”.
O que pedimos e esperamos com fé, receberemos, conforme promessa do Senhor. É sobretudo a nossa confiança nEle, no seu amor e cuidado por nós, que está sendo provada nas tribulações que sofremos, quer externas, quer internas.
Há uma vida eterna prometida, um céu de glória, uma vida de vitória sobre o pecado, sobre a incredulidade, sobre a ansiedade; sobre a angústia, e toda sorte de males que oprimem a nossa alma. E a única arma que dispomos para tudo vencer e permanecermos firmes e inabaláveis é a Fé em Jesus Cristo, e não a confiança na nossa própria capacidade e poder.