“Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.” – Daniel 2:31-33
O texto acima relata a visão de uma grande estátua de aparência terrível dividida em várias partes, a saber, cabeça de ouro, peito e braços de prata, quadris e coxas de cobre, pernas de ferro e os pés em parte de barro e em parte de ferro. De acordo com Daniel 2.37-41, cada uma dessas divisões representam reinos que se levantaram na terra. A cabeça de ouro da estátua representa o rei de reis a quem Deus entregou o reino, v.37,38, o peito e braços de prata da estátua representam outro reino, inferior, v.39a, os quadris e coxas de cobre da estátua representam um terceiro reino, v.39b, Os quadris e coxas de cobre da estátua representam um terceiro reino, v.39b, As pernas de ferro da estátua representam o quarto reino na terra, v.40 e os pés, em parte de barro e em parte de ferro da estátua representam um reino dividido, v.41. Sendo assim, quais são esses reinos?
De acordo com o contexto imediato o rei de reis a quem o Deus do céu entregou o reino é Nabucodonosor – Daniel 2.1. Este é o rei em cuja presença o profeta Daniel foi colocado a fim de fazer o rei saber sobre o sonho, bem como a sua interpretação – Daniel 2.25. Nabucodonosor foi o principal governante do Império mundial conhecido como Novo Império da Babilônia. Nabucodonosor foi o rei a quem Deus entregou a cidade e o Templo de Jerusalém, bem como levou o povo judeu como escravos para Babilôni, onde permaneceram por aproximadamente setenta anos. Além de ser representado pela cabeça de ouro da estátua, Nabucodonosor também é representado pelo animal semelhante a leão com asas de águia, descrita em Daniel 7.4.
Historicamente, o outro reino, inferior que se levantou depois do reino de Nabucodonosor foi o reino dos Medos e dos Persas, criado pelo rei da Pérsia, Ciro, o Grande. As Escrituras relatam que foi esse rei que deu ordem para alguns judeus que retornassem de Babilônia, onde estavam como escravos, para Jerusalém, a fim de reedificar a cidade e Templo. Além de ser representado pelos braços e peito de prata da estátua, o reino dos Medos e dos Persas também é representado pelo animal semelhante a um urso que tinha três costelas na boca, descrito em Daniel 7.5. Além disso, o reino do Medos e dos Persas é representado, ainda, por um carneiro com dois chifres, descrito em Daniel 8.4 – cf. Daniel 8.20.
Quanto ao terceiro reino que teve domínio sobre toda a terra, esse reino corresponde ao reino da Grécia. Este reino fiu estabelecido na terra por Alexandre Magno, o filho de Filipe II, rei da Macedônia. Além de ser representado pelos quadris e coxas de cobre da estátua, o reino da Grécia também é representado pelos animal semelhante a leopardo que tem quatro asas de águia e quatro cabeças, descritos em Daniel 7.6. Alexandre Magno e seu reino são representados, ainda, pelo bode peludo que tinha um chifre notável entre os olhos descrito em Daniel 8.5 – cf. Daniel 8.21.
O quarto reino, forte como o ferro, se refere ao Império instituído pelo general romano Caio Júlio César Otaviano, a saber, o Império Romano, o maior Império da história da antiguidade. Em 395, este Império foi dividido em duas partes, a saber, o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. O Império do Ocidente chegou ao fim em 476, e o do Oriente, em 1476. Além de representado pelas pernas de ferro da grande estátua de aparência terrível, o Império Romano também é representado pelo animal terrível, espantoso e sobre modo forte, que tem dez chifres, descrito em Daniel 7.7 – cf. Daniel 7.23.
E, finalmente, o reino dividido corresponde ao reino representado pelos chifres vistos no quarto animal, a saber, os dez chifres e o outro chifre pequeno que surgiu, depois, entre eles, descritos em Daniel 7.7,8 – cf. Daniel 7.24. Historicamente falando, os reinos que surgiram depois da fragmentação do antigo Império Romano foram os Reinos Bárbaros – isto é, os reinos dos Anglo-Saxões, dos Francos, dos Germanos, dos Lombardo, dos Ostrogodos, dos Hérulos, dos Borgonheses, dos Suevos, dos Visigodos e o reino dos Vândalos – entre os quais surgiu os Estados da Igreja de Roma. No decorrer da história, os Reinos Bárbaros se transformaram nos atuais países da Europa que deram origem à instituições conhecida como União Europeia e os Estados da Igreja de Roma é, hoje, conhecido como Estado da Cidade do Vaticano. Alem disso, os Reinos Bárbaros (U.E.) e os Estados da Igreja (Vaticano) são representados, também, pela besta que subiu do mar que carrega uma mulher, descritas em apocalipse 13.1 e 17.3 – cf. Apocalipse 17.11-12,18.
Portanto, os reinos da Babilônia, da Média e Pérsia, da Grécia, o Império Romano, a União Europeia e o Estado da Cidade do Vaticano, são os reinos descritos em Daniel 2.37-41, representados pelas divisões da grande estátua de aparência terrível descrita em Daniel 2.31-33. Porém, Daniel 2.44 declara que, nos dias desses reis, ou seja, nos dias dos reis da União Europeia e do Vaticano, o Deus do ceu levantará um reino que jamais será destruído, nem passará a outro povo, mas ele mesmo existirá para todo sempre. Este reino é o reino que será estabelecido na terra pelo Reis Dos Reis e Senhor dos Senhores, ou seja, por Cristo Jesus. Sendo assim, Jesus é a pedra arrancada sem auxílio de mãos que caí nos pés em parte de ferro e em parte de barro da estátua, e os esmiúça, esmiuçando, assim, o ferro, o cobre, a prata e o ouro, conforme relata Daniel 2.34,35.