Não encontramos nas Escrituras a expressão pacto de obras, ou aliança de obras.
Todavia ambas as formas, especialmente a primeira é muito empregada para definir a condição de Deus como o Grande Juiz e Legislador que exige perfeição absoluta para que possamos estar eternamente em Sua presença.
E a falta desta condição implica em morte espiritual e eterna.
Em sua infinita sabedoria, bondade e misericórdia, o Senhor tem conhecido pela sua onisciência, que nenhum descendente de Adão está habilitado para atender a tal demanda desta Lei Eterna que emana da própria natureza perfeitamente santa e justa de Deus.
Assim, entendemos que Ele não tem proposto a pecadores uma opção de salvação por este modo de se cumprir perfeitamente a Sua vontade e mandamentos.
Isto sempre será feito por pura graça, misericórdia, e simplesmente mediante a fé, como foi proposto ao próprio Adão quando o Senhor foi procurá-lo com a promessa da redenção quando ele se escondeu envergonhado da sua nudez atrás das árvores do jardim.
Não pode entretanto, ser removida esta lei que exige perfeição absoluta, e por isso Jesus não morreu apenas como nosso substituto para quitar a culpa do nosso pecado, como também para nos revestir dessa perfeição requerida pela justiça divina, que há de ser absoluta na glória, e mediante o trabalho da santificação da graça pelo Espírito Santo e aplicação da Palavra de Deus aos nossos corações, conforme o penhor do trabalho da nossa transformação e purificação já iniciado aqui na Terra a partir da nossa conversão.
O grande mandamento de Deus foi revelado por Jesus como sendo o amor de uns pelos outros com o mesmo amor com o qual ele nos amou.
Ou seja, o dever imposto é o de amar com o amor de Deus.
Então quando Tiago alude a isto, ele se reporta em sua epístola à questão da acepção de pessoas que estava ocorrendo na igreja em favor dos mais abastados e contra os pobres e necessitados do rebanho.
Isto era um pecado claro e contundente contrário ao que Ele chama de Lei Régia, ou seja a Lei do Rei, esta Lei que está amarrada à própria natureza e essência de Deus, que é amor.
“Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem;” (Tiago 2.8)
Não convinha que aqueles que foram resgatados da morte espiritual e eterna, inclusive e principalmente por se transgredir tal mandamento do amor, que é o principal de todos, continuassem transgredindo o mesmo.
“Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.” (Tiago 2.12)
A esta lei da liberdade da condenação em Cristo, aludiu também o apóstolo Paulo em Rom 8.2:
“Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”
Então, se não fosse por Cristo, todo o nosso esforço em cumprir perfeitamente a Lei – ao qual devemos nos dedicar com sinceridade e amor – seria totalmente perdido caso viéssemos a transgredir um único ponto da lei que está indissoluvelmente ligada à natureza de Deus, porque é Legislador e Juiz conforme demanda a sua justiça que haja perfeita conformação à sua santidade e amor.
“Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” (Tiago 2.10) – Este é o caráter da lei para aqueles que não estão debaixo da cobertura do sangue de Jesus. Daqui vemos quão ineficaz é a tentativa de se justificar por meio das obras da lei.
Assim, devemos clamar e dar graças a Deus por nos ter dado Jesus Cristo, juntamente com o apóstolo quanto à nossa condição natural de sermos achados mortos em delitos e pecados que pode ser somente revertida por estarmos no Senhor:
Rom 7:24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Rom 7:25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.