Graça é uma palavra doce e preciosa. A graça é o favor livre e soberano de Deus, exercido para com os indignos. O evangelho é cheio de graça, e quanto mais vivemos, mais nós sentimos nossa necessidade dele. Quando o Senhor Jesus Cristo entrou em nosso mundo, dele se dizia estar cheio de graça e de verdade. Ele tinha a verdade para o intelecto – e a graça para o coração. Verdade para iluminar – e graça para nos santificar. A graça e a verdade compreendem tudo o que realmente precisamos, como pecadores, ou como santos. A exibição completa e perfeita de graça e de verdade – constituirá o céu.
Há quatro pontos de vista sobre a graça dos quais eu desejo tratar por alguns momentos. Oh que eu escreva sobre a graça, no espírito da graça! Oh que escreva da graça, graciosamente!
Em primeiro lugar, nosso Pai Celestial, é chamado de “O Deus de toda graça.” Ele é o oceano – no qual a graça habita! Ele é o chafariz – a partir do qual a graça flui. O Senhor ama a ser visto como gracioso por seu povo. Ele apresenta a graça como a grande característica do caráter de sua aliança, como a primeira letra do seu nome. Quando ele proclamou seu nome a Moisés, em resposta ao pedido, “Rogo-vos, mostra-me a tua glória;” ele proclamou: “Senhor, Senhor Deus, misericordioso e gracioso, longânimo, e grande em misericórdia e em verdade.”
E para o encorajamento dos que não têm nenhuma reivindicação, e para os quais poderia não haver qualquer esperança, ele diz, “Eu serei misericordioso para com quem eu tiver misericórdia, e irei mostrar misericórdia a quem eu quiser mostrar misericórdia.” O mais vil pecador, a criatura mais indigna – pode vir ao Senhor, na expectativa plena de obter as bênçãos mais caras; até mesmo o perdão de todos os pecados, a segura paz de consciência, de uma perfeita justiça e adequação para a herança dos santos na luz.
Crente, sempre tenha em mente, que Deus tem toda a graça – e toda a graça para você. A graça que salva, está em Deus; a graça que salva, vem de Deus; e a graça que salva, leva a Deus. Acredite em Deus por toda a graça que você precisa no momento, ou possivelmente precise enquanto neste deserto aqui embaixo.
Em segundo lugar, o Evangelho é chamado, “A palavra da sua graça.” Aqui Deus nos diz. . . que ele é misericordioso, como ele mostra sua graça, e do meio que ele tem provido para comunicar a graça a nós.
O evangelho é a proclamação da graça de. . . perdão para o culpado, liberdade para o cativo, saúde para o doente, salvação para o perdido, e descanso eterno para o cansado e oprimido.
O evangelho apresenta Deus como infinitamente gracioso, e quanto lhe agrada mostrar a graça na experiência do miserável e infeliz. Isto nos mostra que, onde abundou o pecado – a graça se fez muito mais abundante; de modo que, embora o pecado abundou, ou reinou para a morte; também a graça abunda, ou reina pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.
O evangelho. . . faz os mais graciosos convites, faz as mais graciosas promessas, publica as mais graciosos doutrinas, institui as mais graciosas ordenanças, e aplica os mais gracioso preceitos.
O evangelho é, como seu autor, cheio de graça. Ó minha alma, leia este evangelho gracioso, estude este evangelho gracioso, creia neste evangelho gracioso – e procure provar a verdade, e desfrutar de todas as bênçãos, deste evangelho gracioso!
Em terceiro lugar, o trono de Deus é chamado de “trono da graça”. Se fosse o trono de justiça – poderíamos temer; ou se fosse o trono de santidade – poderíamos nos deslumbrar com seus esplendores. Mas é o trono da graça – onde Deus se encontra com pecadores na base dos princípios da graça; onde Deus procura almas, graça para ajudá-los em tempo de necessidade; e onde ele manifesta a mais profunda, a mais terna simpatia por homens miseráveis e infelizes. Neste trono ele. . . perdoa totalmente o culpado, resolve os problemas, fortalece os fracos e abatidos, e livra os oprimidos.
Para este trono somos convidados a levar. . . nossos fardos, nossas preocupações, nossos medos e os nossos pecados – e deixá-los lá!
Neste trono encontramos liberdade para. . . desafogar nossas mentes, aliviar os nossos espíritos perturbados, e manter comunhão com o nosso Deus.
Perdido pecador, venha a este trono – e obtenha a paz! Crente, venha a este trono de graça para ajudá-lo em todos os momentos de necessidade!
Em quarto lugar, o Santo Consolador é chamado, “o Espírito de graça.” Ele é. . . gracioso em sua natureza, gracioso em suas influências, e gracioso em suas operações. Portanto, ele pode muito bem ser chamado de “O Espírito da graça”.
Ele transmite graça aos pecadores mortos em delitos e pecados; e os revive juntamente com Cristo. Ele opera graciosos temperamentos e disposições da alma e nos faz como Cristo. Ele graciosamente nos abre a Palavra, e nos dá uma gloriosa e afetuosa visão de Cristo. Ele, por suas graciosas comunicações, ensino e operações – nos faz dignos da glória. Tudo o que ele faz por nós, ou opera em nós – é por graça.
Espírito Gracioso, revela-nos mais plenamente e de forma clara, a natureza e o caráter de nosso Pai celestial, como o Deus de toda graça.
Desdobre e aplique a nós cada vez mais a palavra da graça. Leva-nos continuamente ao trono da graça, e ajuda-nos lá em nossas enfermidades. E como o Espírito de graça, opera uma obra profunda e completa da graça em nossos corações, para a glória e o louvor de Deus!
Amado, deixe o Deus da graça – ser objeto de sua fé; deixe a Palavra da graça – ser um mandado para a sua fé; deixe o trono da graça – ser o seu lugar de constante descanso; e que o Espírito da graça – sele você para o dia da redenção.
Graças a Deus, que enviou a Palavra de Deus, erigiu o trono de Deus, e enviou o Espírito para nos conduzir a Deus. O Espírito nos leva à Palavra; pela Palavra ao trono; e sobre o trono nos encontramos com um Deus gracioso.
Veja portanto o assunto, nossa salvação é inteiramente de graça.
Graça proposta; graça planejada; graça fornecida; graça executada; e graça concluída – o grande plano da salvação! A graça lançou o fundamento – e a graça trará a pedra de esquina! E a consumação será, com gritos de “Graça, graça a ela!”
Texto de ames Smith, raduzido e adaptado por Silvio Dutra.