Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade em eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram de seus mandamentos para os cumprirem. – Salmo 103.17-18.
Podemos falar e sonhar a respeito da santificação, mas tudo não passará de um engano se primeiro não tiver sido feito um pacto de paz com Deus. Não haverá verdadeira santificação sem que primeiro haja justificação. Primeiro temos que ser aceitos e perdoados pelos méritos de Cristo, crendo nele como nosso Salvador. Nossa consciência tem que ser libertada primeiramente da escravidão da lei; temos que possuir a certeza do amor e do perdão de Deus em nossos corações, antes de encararmos a santificação. O caminho da santificação começa com a paz e amizade com Deus. Quando nossos corações tenham sido comovidos pela bondade e misericórdia que Deus tem de nós em Cristo, então poderemos confiar Nele, louvá-lo, amá-lo, honrá-lo e servi-lo. Em nós nasce então o desejo de viver voluntariamente para Deus.
Para continuar e avançar no caminho da santificação, se faz também necessário permanecer na liberdade que a fé no dá. Temos que ter muito cuidado para não cair da graça e novamente ser capturados para debaixo do jugo do legalismo. Não busque mais na lei a justificação, nem tampouco a santificação. Toda a nossa vida cristã tem que girar em torno do Cordeiro de Deus, Cristo, “o qual, pela fé foi feito tanto justificação como santificação”.
A principal função da lei de Deus é mostrar que somos pecadores, para abater nosso orgulho natural e para que reconheçamos nossa necessidade de perdão e de salvação. Mas, ademais da lei dada sob o Antigo Concerto, Deus realizou uma Nova Aliança por médio de seu Filho. O pacto da graça, para salvar aos que reconhecem seus pecados e sua necessidade de perdão.
“Guardar o concerto de Deus”, então, quer dizer, “não estar sujeito outra vez ao jugo da escravidão”, senão ser fiel ao Salvador, obtendo Nele e Dele a justificação e a santificação. A graça e a liberdade que temos em Cristo comovem nossos corações, e nos impulsionam e nos guiam. Esta é a fé que santifica.
Oremos com Lutero:
Pai Celestial, ajuda-nos para que não sintamos terror diante da morte, e não nos desanimemos diante dela, mas sim que possamos encomendar nossas almas ao teu cuidado, com uma firme fé. Amém.
C.O.Rosenius (1816-1868) Nuevo Dia – Trad. Sóstenes Ferreira da Silva