“Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobre-excelente glória.” (II Cor 3.10)
O apóstolo havia afirmado antes que havia uma grande glória na primeira aliança feita com a nação de Israel através da mediação de Moisés, e então diz que aquela glória perdeu o seu brilho diante da sobre-excelente glória da nova aliança feita através da mediação de nosso Senhor Jesus Cristo, que substituiu a primeira.
Aquela primeira aliança jamais poderia cumprir o propósito eterno de Deus de reconciliar consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus, Col 1.20. Porque importa que a glória de Deus aumente mais e mais por meio do ofício que designou ao Primogênito de toda a criação, seu Filho Unigênito amado, Jesus Cristo.
Podemos entender isto, pelo seguinte raciocínio:
Deus foi glorificado por todos os anjos no céu quando ele criou o universo e tudo o que nele há.
Eles o glorificaram quando tudo era perfeito e não havia ainda o pecado entrado no mundo. Mas desde a queda, houve qualquer diminuição na glória de Deus em razão do pecado?
De modo nenhum, dela se diz agora, ser uma sobre-excelente glória, e ele tem sido muito mais glorificado tanto por anjos quantos por homens redimidos por causa da manifestação da sua justiça, bondade, amor, misericórdia, longanimidade, e de todos os seus demais atributos divinos, em benefício dos pecadores.
E não é a amigos que Deus tem amado e perdoado, mas inimigos, porque a natureza do homem desde a queda fez com que ele se tornasse inimigo de Deus e dos seus mandamentos.
Portanto, é por meio de Cristo, e somente por Ele, que a inimizade pode ser desfeita, de modo que sejamos reconciliados com Deus, sendo agora seus amigos que o amam acima do amor que devotam às suas próprias vidas.