Somos informados que o Capitão da nossa salvação foi aperfeiçoado através do sofrimento, portanto, nós, que somos pecadores, e que estamos longe de sermos perfeitos, não devemos nos surpreender em sermos chamados para passar também pelo sofrimento.
Deve ser a Cabeça coroada de espinhos, e os demais membros do corpo ser embalados no colo macio da facilidade? Deve Cristo passar por mares de seu próprio sangue para ganhar a coroa, e nós caminharemos para o céu a pé enxuto em chinelos de prata? Não, a experiência de nosso Mestre nos ensina que o sofrimento é necessário, e o filho verdadeiro, nascido de Deus, não deveria escapar disto, se ele puder.
Mas há um pensamento muito confortante no fato de Cristo “ter sido aperfeiçoado através do sofrimento” – isto é, que ele possa ter completa simpatia conosco. “Ele não é um sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas.” Nesta simpatia de Cristo, encontramos um poder sustentador. Um dos primeiros mártires disse: “Eu posso suportar tudo, pois Jesus sofreu, e sofre em mim agora. Ele simpatiza comigo, e isso me faz forte”.
Crente, lance mão deste pensamento em todos os momentos de agonia. Deixe este pensamento sobre Jesus fortalecê-lo para que você possa seguir os seus passos. Encontre um apoio doce em sua simpatia, e lembre-se que, sofrer é uma coisa honrosa – sofrer por Cristo é glória. Os apóstolos se regozijaram por terem sido considerados dignos disto.
Até onde o Senhor nos der graça para sofrer por Cristo, para sofrer com Cristo, ele nos honrará. As joias de um cristão são as suas aflições. A regalia dos reis aos quais Deus ungiu são as suas tribulações, suas dores e seus sofrimentos. Não vamos, portanto, evitar ser honrados. Não nos desviemos de ser exaltados. As dores nos exaltam, e as tribulações nos elevam. Se com ele sofrermos, também com ele reinaremos.
Texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.