“Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos.” (Mateus 23.8)
Charles Haddon Spurgeon dirigiu por anos seguidos uma congregação numerosa, com milhares de pessoas, mas sempre teve o bom senso de não permitir que o rebanho debaixo da sua direção se transformasse numa sociedade do tipo empresarial com muitos outros interesses agregados ao da proclamação do evangelho, conforme é muito comum ser visto em nossos dias.
O culto público de adoração ao Senhor; a promoção da comunhão dos crentes como sendo participantes da família dos santos era o foco principal, senão o único foco que era mantido permanentemente em vista.
Os louvores congregacionais eram entoados a capela, para que a centralidade na pregação do evangelho não fosse perdida nos cultos públicos.
Nada do aparato organizacional que muito conhecemos na grande maioria das chamadas igrejas institucionais era visto não somente no Tabernáculo Metropolitano de Spurgeon, como na grande maioria das igrejas, especialmente as independentes da grande Igreja Estatal Anglicana.
Porque onde este aparato prevalece, a comunhão fraterna de irmãos padece sensivelmente, em face da estrutura em que os prelados mais se assemelham a patrões e governantes do mundo, do que aqueles que são chamados por Cristo a serem os servos de todos, Mc 9.45; 10.43.
A honra ministerial evangélica não passa por títulos e cargos honoríficos e elevados, para intimidar e afastar os que são considerados como subordinados pelos que assim procedem.
É lamentável que haja pastores, presbíteros, diáconos, chefes de departamentos os mais diversos na igreja, que atuem de tal forma, que em vez de promoverem o aumento da comunhão fraterna, afastam aqueles, que segundo o encargo recebido de Cristo deveriam aproximar pelos laços do amor no Espírito.
Não é portanto o número de membros das congregações a causa da falta de comunhão, ou de uma ministração ungida e amorosa que promova o seu crescimento espiritual, senão este espírito de mando secular, contra o qual o Senhor Jesus advertiu seriamente até mesmo os próprios apóstolos a não se permitirem ser conduzidos pelo mesmo.
“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” – Mateus 20:25-28