É principalmente na obra de pregação e ensino do Evangelho que devemos aplicar a nós mesmos a ordenança prescrita por Cristo de tudo fazer para a glória de Deus, de modo que não sejamos vistos pelos homens, não sabendo a mão esquerda o que fez a direita, Mt 6.3. E por que isto?
Especialmente pelo motivo de que é Cristo que deve aparecer em tudo e não nós. E quanto ao próprio Cristo, não podemos esquecer que importa agora ser apenas conhecido em espírito – tanto Ele quanto Deus Pai, por meio de revelação do Espírito Santo ao nosso espírito.
Se tudo o que fizermos, falarmos e escrevermos em relação ao evangelho tiver por propósito o desejo de aparecermos, como se fôssemos estrelas da mídia, estaremos incorrendo em grave pecado, porque afinal ocultaremos a glória de Deus, e na verdade, não haverá qualquer glória para ser exibida, porque Ele não se revelará aos que assim procedem.
Não admira que mesmo em seu ministério terreno, nosso Senhor sempre pedia que houvesse discrição em relação às coisas que fazia e ensinava, para que não fosse procurado por interesses egoístas. Deus não quer enganar a ninguém e também não quer ser enganado quanto a um falso conhecimento pessoal.
Ele fez a promessa de que todos os que atraísse a Cristo o conheceriam, desde o menor até ao maior deles, Jeremias 31.34, isto porque todo conhecimento real de Deus sempre será feito de modo espiritual, e por conseguinte, invisivelmente.
Nisto reside uma grande glória ao poder do Senhor, porque tem sido adorado e servido por milhões e milhões de pessoas ao longo da história da humanidade, apesar de não aparecer visivelmente aos que se convertem a Jesus, com o intuito de convencê-los da sua existência e realidade.
A grande glória que é dada à fé que ele nos concede como um dom está em que creiamos e conheçamos sem que o tenhamos visto com os olhos da carne.
Uma multidão inumerável está sendo reunida a ele por este meio e será manifestada na glória celestial por ocasião do arrebatamento da Igreja, quando tanto os crentes que já morreram e os que continuam sobre a Terra serão reunidos para sempre em um só rebanho com um só Pastor.
Portanto, desapareçamos nós, e que Cristo apareça. Que não sejamos uma espécie de barreira que impeça o conhecimento dAquele que importa ser conhecido, por uma exibição pessoal de nós mesmos e dos nossos dons.
Falemos com humildade de Cristo, escrevamos sobre Cristo, exaltemos somente a Cristo, e não nos importemos com o julgamento injusto que possam fazer de nós, quanto a assim procedermos por pensarem que está almejando obter algum tipo de fama, porque Deus é o único juiz perfeito das intenções de nossos corações e do nosso procedimento.
Ele sabe perfeitamente que preferiríamos ser amaldiçoados para sempre do que pensar em furtar algo da glória que é totalmente devida a ele, por nós, míseros e necessitados pecadores da maravilhosa graça de Jesus.