Sem fé é impossível agradar a Deus, porque tal agrado decorre de um viver constante na Sua Palavra.
O que não incluir esta obediência real à Palavra, nem que seja no esforço sincero demonstrado em cumpri-la, não pode ser chamado de fé.
Daí afirmar o apóstolo Paulo que tudo o que não provém de fé é pecado (Rom 14.23).
Onde faltar esta verdadeira piedade haverá sempre este sinal evidente de falta de fé.
Chamamos todo o nosso caminhar com Cristo, de vida da fé ou pela fé. De se caminhar por fé e não por vista.
A fé verdadeira sempre é acompanhada por obras de fé, em sinal patente da real e progressiva transformação de nossas vidas.
A graça chama por mais graça, e ela sempre crescerá pelo exercício da fé. Desta vida consagrada nas mãos do Senhor.
A fé imporá graciosamente e por constrangimento a renúncia ao ego carnal, ao pecado, ao fascínio do mundo, e se oporá firmemente às tentações do diabo, e nos habilitará a suportar as provações, perseverando na prática do nosso dever para com Deus.
Pela fé confirmaremos a Lei do Senhor. Amaremos seus mandamentos, seus estatutos, seus juízos, suas promessas, e tudo faremos para não transgredi-los.
Assim, uma pessoa pode ser um cristão autêntico, ser um fiel que compõe o rebanho de Cristo, e todavia ainda estar vivendo de modo infiel ao Seu Deus.
No dizer de Tiago, a falta de fé e a consequente falta de sabedoria recebida de Deus que conduz a uma vida cristã correta, será sempre vista num homem de coração dobre, que é inconstante em todos os seus caminhos.
Ser de “coração dobre” – dpsuchos, como está no original grego, que literalmente significa “de duas almas” – não que ele tenha duas almas, mas é aquilo que chamamos de pessoa de duas caras, um hipócrita.
Na congregação ele mostra a falsa face piedosa, e na vida cotidiana manifesta a sua real condição carnal e que resiste a Deus e à Sua vontade.
Daí a ordenança do apóstolo:
“Tg 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Tg 4:8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.
Tg 4:9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.
Tg 4:10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.”
Podemos ver a atualidade e urgência da necessidade de aplicação destas palavras em todas as congregações cristãs. E não é sem motivo que ela se encontra registrada na Palavra por inspiração do Espírito Santo, para alertar aos cristãos quanto a esta crucial necessidade.
Temos uma natureza terrena pecaminosa, ao lado da nova natureza espiritual recebida pela fé, e sempre haverá portanto, esta necessidade de mortificação do pecado, e aproximação do Senhor para sermos revestidos da Sua própria vida.
A negligência desta necessidade sempre conduzirá a um viver afastado dos caminhos de Deus, não importando quão assíduos sejamos aos trabalhos de nossas congregações.