São verdadeiras as palavras do nosso título, mas não podemos nos calar diante da acusação injusta que é feita contra Deus e contra Moisés, especialmente em razão dos dispositivos da Lei constante do Pentateuco, na qual há não somente preceitos como ações de juízos contra nações, conforme os que foram executados especialmente pela entrada de Israel na terra de Canaã, que havia sido prometida à descendência de Abraão, séculos antes dos citados eventos.
Ao passar em revista a história de Israel nos quarenta anos de sua peregrinação no deserto até a conquista de Canaã, no livro de Deuteronômio, Moisés relatou a conquista sobre os reis dos amorreus em Dt 3.
Em Sua presciência, Deus havia declarado, há mais de quatrocentos anos antes de Moisés, a Abraão, que sabia que a medida da iniquidade dos amorreus seria completada, isto é, a longanimidade havia esperado desde os dias de Abraão até Moisés, quando as práticas abomináveis dos amorreus chegaria a um tal limite, como a de oferecer seus filhos em sacrifício a demônios, que não seria possível restaurá-los, e daí ter sido determinado o juízo sobre aquele povo usando os israelitas como a Sua espada vingadora.
Através dos juízos que exerceu no período de 1.400 anos de duração do Antigo Testamento, não somente sobre as nações gentias, como sobre o próprio povo de Israel, que estava obrigado às prescrições da Aliança feita com eles no Monte Sinai, quando havia transbordamento da medida de iniquidade, aprendemos que os juízos poderiam ser determinados por Deus, para que todas as nações saibam que ele não criou a Terra para que seja habitada para sempre pelos homens em injustiça, violência, impureza etc; pois há um Juiz acima de tudo e de todos que julga com perfeita justiça, e que é tardio em se irar, e dá oportunidade aos homens para que se arrependam de suas más obras, pois está disposto a lhes perdoar e conceder graça para que vivam retamente perante Ele e seus semelhantes.
Aqueles juízos do Velho Testamento, eram portanto um aviso misericordioso da parte de Deus para que aprendamos a ter o devido temor e reverência à Sua divina majestade, e por isso enviou juízos sobre a própria nação de Israel, conforme lhes havia previamente advertido que ocorreria em caso de serem desobedientes, e assim foi tantas vezes massacrada em diversas guerras por nações inimigas, quando caminhavam contrariamente à justiça de Deus, e estes juízos culminaram com a ida da nação para o cativeiro, e depois, foi expulsa de sua própria terra em 70 d.C. pelos romanos, somente para lá retornando em 1948.
A alegada acusação que é muito comum de que Deus passa a mão sobre a cabeça de Israel e é cruel com as demais nações não passa de um falso argumento para aqueles que não apresentam o texto bíblico em seu contexto, e que se valem de passagens isoladas para afirmarem suas teorias que não correspondem à verdade dos fatos e muito menos aos pensamentos e caminhos de Deus.
Desta forma, o Senhor sabe também quando se completará a medida da iniquidade do mundo, e que a propósito, vem se multiplicando rapidamente em nossos dias, conforme Jesus havia profetizado, e quando esta medida estiver completa Ele voltará para julgar a todos os que vivem na prática da iniquidade.
Isto é tão certo de ter cumprimento assim como o Senhor o cumpriu depois de o haver prometido a Abraão em relação aos amorreus, quanto ao que faria num futuro distante de 400 anos depois dele.
Na verdade, aqueles povos de Canaã tiveram a oportunidade, pela longanimidade divina, de mudarem o seu procedimento, durante quatro séculos, mas em vez disso, só progrediram na maldade e na perversidade.
E desde então, há vários séculos que Deus vem dando oportunidade aos homens para se arrependerem e crerem em Cristo, para serem justificados, para viverem na prática da justiça.
Mas parece que se dá com o homem moderno, o mesmo que sucedeu aos amorreus.
Aqueles juízos foram apenas uma ilustração, uma pequena amostra, do grande juízo que virá sobre todos os homens, que não se arrependerem dos seus pecados.
Tudo sucedeu e foi registrado na Bíblia, para a nossa advertência.
Deus ordenou a Moisés a colocar tudo por escrito, para testemunho a todas as gerações. E o fizera por amor e misericórdia, na expectativa de que nos arrependamos, porque não tem prazer na morte espiritual de ninguém; pois à morte física na impiedade, segue-se a morte espiritual eterna num terrível juízo de fogo eterno que jamais se apagará.