A fé não é cega, mas se apóia de fato no que é invisível. Não nas coisas que se vêem, porque não tem sua fonte na matéria, mas no espírito. Deus é espírito. É isto o que explica o fato de não buscar gerar ou aumentar a nossa fé por meio de aparições visíveis.
A infeliz premissa passageira de Tomé, que pensava que por ver ao Cristo ressuscitado então creria na palavra que ele havia proferido quanto à sua ressurreição, foi prontamente repreendida pelo Senhor da vida, que lhe disse que a bem-aventurança não consiste em ver para crer, mas crer sem ver.
Não por motivo de cegueira como já dissemos antes, mas porque a fé é um dom que nos leva ao conhecimento do que é espiritual e divino, em todas as suas virtudes invisíveis, como as do amor, da longanimidade, da fidelidade, da bondade, e de tudo o mais que há na pessoa de Jesus Cristo.
Então, o argumento de que se Deus existisse ele deveria aparecer visivelmente para que nele crêssemos, não se sustenta, porque o próprio Jesus viveu em seu ministério aqui na Terra, e quantos nele creram e o seguiram por vê-lo em carne e osso?
Todavia, contingentes de milhões de cristãos se espalham pelo mundo inteiro desde que Ele ressuscitou, subiu aos céus, e nos enviou o Espírito Santo, para que não mais o conhecêssemos segundo a carne, mas segundo o espírito, que é o único modo viável para o conhecimento verdadeiro de Deus.
Ele não está portanto ausente ou indiferente ao que se passa conosco aqui embaixo por não atuar de modo visível.
Habita conosco em espírito e nos transforma e conduz ao conhecimento da Sua vontade, e por esse meio dá testemunho da verdade de que o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno e infinito.