Eu cheguei este ano de um dos eventos mais marcantes de minha vida, disse o rapaz. É realmente um momento mágico como se fala. Eu queria muito ter visto todos que compareceram a cerimônia, mas não consegui. A emoção era maior que eu, meus olhos em lágrimas de alegria parecem ter calado os meus ouvidos e cegado meus olhos para poder ver e ouvir todos que ali compareceram.
Não consigo ao certo lembrar tudo que foi falado, nunca na minha vida imaginei viver emoções tão fortes e cheias de surpresas. Tantas pessoas bem vestidas, algumas como eu nunca havia visto antes. E os cumprimentos, cada um mais engraçados que o outro. A emoção toma a tantos que até meus pesares eu recebi. Depois é que fui pensar no que havia sido dito a mim.
Nunca fui chorão, mas confesso ter chorado. Eu estava alinhadissimo, num belo terno negro, sapatos lustrados e uma gravata apertando o meu pescoço, como nunca usei antes. Senti-me o tal olhando no espelho. Só que eu havia esquecido de algo extremamente importante em meio a correria da festa. Eu não tinha onde morar estava casando no calor da paixão. Ganhamos à lua-de-mel. Partimos para três dias fora de casa em plenos dias de amor e paixão. Ao retornar para casa descobri que eu estava na casa da sogra. A casa sem dúvida muito linda, mas não era minha. Quando entrei pensei vou tirar minha camisa deitar ao sofá e ver o esporte, depois tomar banho e cama. Antes dos pensamentos terminarem de concretizar escutei o grito: – Epa! Aqui não, essa é minha casa e meu sofá não é puleiro de homem suado.
Acordei para a realidade que eu havia feito. Cada macaco no seu galho caiu em cheio sobre minha cabeça. Aprendi a primeira lição de casado, “quem casa quer casa.” Mais que apertado, o que é natural nesta fase. Sai sem pensar muito e fui olhar um lugar para morar, por sorte ou insistência ao corretor que me arrumou um apartamento ( ou melhor um APERTAMENTO) pois nunca vi um lugar tão sem espaço. Se eu entro na casinha a mulher tem que sair. Mas agora tenho um lugar para chamar de meu.
Mudamos, fomos então fazer nossa primeira compra no supermercado, confesso que nunca imaginei que ele fosse tão grande. E onde fica o que comer que não seja biscoito e miojo. Nunca perguntei tanto na minha vida. Compramos de tudo, tudo que havia de congelados. Ao chegar em casa descobrimos que não compramos nem arroz nem feijão, nem carne. Só tinha congelados e biscoito. Mais um aprendizado. E o dinheiro? O que havia acabado nem sei como iria fazer. Então descobrimos que somos um realmente. Raspamos nossa carteira e voltamos ao mercado. Como é caro o sustento de uma casa? Não sabia disso, quando ouvia de aumento, ficava sem pensar nisso. Hoje sei que vou ficar mais atento.
Bom… Vou entrando em uma nova fase na vida, talvez não tão divertida como no namoro, porém, mais produtiva, com muito mais aprendizado que antes. Hoje posso falar que tenho a minha família. Sai agora para dar uma volta e descobri outra para fechar, não contei aonde ia, nem com quem. Meu telefone tocou em segundos e veio a pergunta onde está? Nunca dei satisfações a ninguém estou aprendendo.
São coisas que ninguém consegue nos transmitir enquanto estamos solteiros, ou nós resistimos em entender. Tem valido a pena cada aprendizado. Vamos passar por outras, mas quero estar atento a aprender. No desisto nunca. Disseram-me para ler dois versículos interessantes e vou deixá-los para vocês também.
“É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa. E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança à experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Gênesis 2:24, Romanos 5:3-5)
Até a próxima…
Silvia Letícia Carrijo de Azevedo Sá