Rom 6:14 – Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
Rom 7:4 – Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.
Rom 7:6 – Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.
Interpretadas fora do contexto, estas palavras do apóstolo podem produzir as mais grosseiras interpretações, totalmente distanciadas da verdade.
Muitos utilizam estes versículos para sustentarem uma opinião antinomista, ou seja, contrária à necessidade de se obedecer a lei.
Então é muito importante sabermos a que estava se referindo o apóstolo Paulo quando se expressou de tal forma.
Primeiro de tudo, deve ser observado que ele afirma que não foi a lei que morreu, mas o cristão relativamente à lei, especialmente para a sua condenação que sujeita à maldição eterna a quem transgredir a quaisquer dos seus mandamentos.
Portanto, se não houvesse uma obra de Cristo no sentido de nos resgatar dessa maldição, estaríamos irremediavelmente perdidos.
E o modo pelo qual nosso Senhor o fizera, foi através da graça, que nos foi concedida nos termos da Nova Aliança, na qual Deus tem prometido perdoar e ser misericordioso para com todos os nossos pecados e nossas transgressões da sua lei.
Foi especialmente para tal propósito que Jesus morreu no nosso lugar carregando sobre si mesmo todos os nossos pecados.
O cristão está morto para a lei porque Deus considerou a morte de Jesus como sendo a própria morte do cristão.
Ora, a lei que vigorava com todo o seu poder de condenar sobre aqueles que estavam vivos debaixo do seu domínio, já não tem qualquer poder legal sobre aqueles que morreram.
Pois a lei não se aplica a mortos, mas a vivos.
Por isso Paulo fez a ilustração inicial no sétimo capítulo de Romanos dizendo que uma pessoa pode contrair novas núpcias com outra que não seja o seu cônjuge, uma vez que este tenha morrido, porque a lei matrimonial se aplica somente enquanto os cônjuges vivem.
Assim, o cristão, que morreu em Cristo, está livre para assumir uma nova aliança com Ele, em novidade de vida, e totalmente livre do poder de condenação previsto na Lei de Deus.
Todavia, como a lei é santa, espiritual, justa e boa, porque provém do próprio Deus, ela deve ser observada, respeitada e cumprida, porque era justamente pela sua transgressão que a morte imperava, antes, no viver do cristão, quando não conhecia a Deus.
E para que o sacrifício de Jesus em nosso favor fosse eficaz e aceitável a Deus, foi necessário que ele cumprisse toda a lei em seu ministério terreno, quando viveu como homem debaixo da inteira direção, instrução e poder do Espírito Santo.
Daí nosso Senhor Jesus Cristo afirmar que comprovamos que somos de fato seus discípulos quando guardamos os seus mandamentos, e estes mandamentos, evidentemente, estão respaldados em toda a lei de Deus, motivo porque também afirmou que não veio revogar a lei, mas cumpri-la.
Entretanto, sempre ensinou que é impossível cumprir a lei sem o poder da graça.
Cumpre-se a lei quando se vive na graça.