A Lei por si só não pode destruir o poder e o domínio do pecado. Daí que, por melhor que seja a legislação de um país, por mais justa que seja, jamais poderá produzir um coração santo segundo o coração de Deus. E não será nada surpreendente que se ache malfeitores até mesmo entre aqueles que têm a função de aplicar a lei, porque o pecado está arraigado no coração e dali somente pode ser removido pelo poder da graça de Jesus.
Para vencer a natureza pecaminosa que todos possuímos, tanto a lei quanto a carne são fracas para tal propósito.
Nossas melhores intenções e aplicações jamais poderão nos livrar deste senhor de escravos chamado pecado.
É somente por um permanente andar no Espírito Santo que ele pode ser vencido e destronado, para que a graça de Jesus possa reinar soberana em nossos corações.
Não admira portanto que nosso Senhor tenha afirmado o seguinte:
“Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes. Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram.” – Lucas 10:21-24
Não é portanto pela excelência dos cargos que ocupamos, ou por conta da sabedoria terrena que possuamos, que somos introduzidos no reino de Deus, obtendo vitória sobre o pecado. Isto é feito pela soberana vontade de Deus, cujo propósito eterno quanto à salvação dos pecadores se cumpre nisto:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” – 1 Coríntios 1:26-29
Importa que seja assim porque a causa meritória da obtenção desta liberdade do domínio do pecado, é a morte e o sangue de Jesus Cristo, o preço exigido pela justiça de Deus para a nossa redenção, como se vê em 1 Pe 1.18,19; 1 Cor 6.20; 7.23, e em muitas outras passagens bíblicas. Nada mais poderia adquirir essa liberdade. A força do pecado em nós deve ser destruída, e não meramente apaziguada, e por isso se tornou necessária a morte de Cristo em nosso lugar.
E veremos a força do poder da Sua graça operando na prática em nós, mortificando o pecado, em nossa experiência cotidiana.
Por conseguinte, o modo de se vencer o pecado, não é num confronto pessoal direto com o mesmo, mas nos submetendo a Deus de coração, para que seja produzido em nós, pela sua graça, aquele bom estado de alma que vence e afasta o pecado.
O mesmo princípio se aplica também às tentações do Inimigo:
“Tiago 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
É nas vitórias sucessivas sobre o pecado e o diabo, que aprendemos a sermos cada vez mais gratos a nosso Senhor Jesus Cristo, e a valorizar os sofrimentos que experimentou em nosso lugar, para que pudéssemos ser mais do que vencedores, por meio da fé nele.