Levando em conta que os meios de comunicação são veículos imprescindíveis na vida das pessoas no mundo de hoje verifica-se uma intensa presença das igrejas na mídia eletrônica.
Nós como cristãos responsáveis, devemos assumir uma atitude de grande significância na relação igreja-mídia. Em primeiro lugar, devemos zelar pela boa conduta, ou seja, devemos expressar através de nossas próprias vidas o viver cristão e provocar a impressão que as pessoas da década de 30 do 1º século tinham ao deparar-se com Jesus.
Deve-se demonstrar e viver a vida cristã em amor, fraternidade, bondade, sem provocar escândalos. A inculturação religiosa não serve de autorização para os escândalos, mas, ao contrário, urge inserir o cristão num mundo moderno e permitir a este enfocar sua vida na teologia expressa pelas palavras de Jesus.
O fato de a igreja utilizar-se da mídia e esta, por sua vez, contribuir significativamente, na implementação de uma nova cultura, um novo modo de vida cristão, denominado gospel, implica, no cristão comum, numa grande responsabilidade: a de não mais enfatizar a igreja na qual congrega, e, sim, procurar testemunhar uma vida com Cristo, a essência do cristianismo.
Utilizar-se do novo modo de viver a vida cristã, não significa, a priori, descaracterizar a fé cristã, mas sim impulsioná-la e convergir essa vantagem de exposição midiática em expô-la através da boa conduta e da profundidade que, uma vida, repleta do fruto do Espírito, pode produzir. É o compromisso, por parte do cristão, em revelar ao mundo, através de sua vida, a verdadeira face do cristianismo: mudança de vida que impulsionará para a vida eterna. A nova roupagem do cristianismo, não deve ser a derroca de sua teologia supra-temporal. Devemos utilizar-se da exposição midiática para introduzir em nossos meios de convivência a “comunicação real e autêntica”, onde, bem-resolvidos internamente, poderemos interagir melhor com nossos interlocutores e proporcionar profundidade nos relacionamentos com as pessoas, inclusive do não-cristão, pois suas defesas estarão enfraquecidas com o avanço evangélico, assim terão nova visão de nós mesmos, através da mídia.
Afirmando que a cultura gospel é fato e faz parte da vida das comunidades cristãs espalhadas pelo Brasil, podemos reforçar a necessidade de complementações, através da comunidade de fé, dessa nova cultura religiosa. O aprofundamento de doutrinas cristãs – como ensino dogmático – para o aperfeiçoamento do caráter cristão nessas pessoas, é o reforço que a igreja pode dar neste contexto.
Tenho percebido várias pessoas direcionando-se para nossa comunidade de fé, no Jardim Thelma (SBCampo-SP), em busca de algo mais que o simples marketing religioso pode proporcionar: elas necessitam de interação real.
A mídia jamais substituirá as relações interpessoais, o face-a-face. Daí há o fenômeno pelo qual as pessoas que, outrora, nunca iriam a uma igreja, passam a ter acesso a ela, pois seus preconceitos já deixaram de existir e, demonstrando a necessidade do encontro com Deus, podem ser realmente alcançadas e transformadas.
A mídia aproxima-nos das pessoas, e ajuda a inserí-las no cristianismo, mas somente nas comunidades de fé (igrejas), há possibilidade de interação cristã com o divino e o relacionamento com as pessoas, produzindo, dessa forma, um verdadeiro aperfeiçoamento e aprofundamento da fé cristã.
A Deus, toda a glória!