A igreja dos nossos dias foi edificada sob a pregação do falso evangelho da chamada prosperidade material, e foi este falso evangelho que abriu as portas para a entrada de outras cobiças carnais e mundanas que têm contribuído para esta apostasia geral da Igreja em todo o mundo.
Esta apostasia é portanto de caráter espiritual porque implica o afastamento da fidelidade que é devida ao Senhor.
A Igreja de hoje promove uma vida negligente e compromissada com o mundo, apesar das sérias advertências da Palavra de que todo aquele que amar o mundo se faz inimigo de Deus (Tg 4.4), e que o amor de Deus não habita nele (I João 2.15) enquanto nesta condição.
Com isto a iniquidade é estabelecida na casa de Deus, fluindo dos corações de muitos cristãos. A busca pela chamada prosperidade e benesses deste mundo só faz aumentar a cobiça e o egoísmo nos corações daqueles nos quais deveriam estar sendo mortificados e despojados pela operação da cruz. O evangelho de “semear a semente do dinheiro para obter o milagre” tem produzido não somente uma grande falta de santidade como também de transferência de riquezas das mãos do povo para a mãos daqueles que o lideram.
No afã de agradar as pessoas para não perdê-las e para atrair um número cada vez maior de ouvintes, é costumeiro usar a estratégia de se usar de comicidade e tratar de assuntos banais no púlpito que não contrariem as pessoas pela falta de santidade em seus corações, e isto contra a ordenança de Jesus e dos apóstolos de se pregar tão somente o evangelho da cruz que impõe a morte do ego e um andar em novidade de vida em santificação na prática da justiça, e que se exorte e repreenda os insubmissos a esta regra divina.
Quando se deixa de aplicar a norma bíblica o que se verá é o entristecer e apagar da ação do Espírito Santo na Igreja, e então seus membros ficam expostos a uma grande tentação pela influência de tudo o que é do mundo, inclusive prática de perversão, amor ao dinheiro, imoralidade, mesmo entre os líderes. Com isto fica perdido o impulso e o poder do Espírito Santo para uma efetiva evangelização do mundo.
Quando o pastor prega ao povo o que ele não vive, e não o exige de sua própria esposa e filhos, as pessoas perguntarão porque está pregando santidade a elas, senão a ele próprio, esposa e filhos? O arrependimento e santidade para o avivamento do Espírito Santo nestes dias, deve portanto começar pelos pastores e suas próprias famílias. Isto não é algo novo, pois foi instituído desde o início da Igreja quando vemos o apóstolo Paulo orientando Timóteo e Tito quanto às qualificações necessárias para o exercício do ministério, e dentre estas se destaca a irrepreensibilidade dos pastores e do seu governo sobre a sua família, pois se não podem trazer em santificação aos seus familiares, como trarão a Igreja do Senhor e cuidarão dela?
Não é de se estranhar portanto que haja pouca repreensão no Espírito, com longanimidade e segundo a doutrina da Palavra, porque isto falta nos próprios líderes. Não seria de se supor que exigissem dos outros o que não querem para si mesmos e nem para os seus familiares, a saber, uma estrita santificação bíblica, baseada nas exigências reveladas na Palavra de Deus. Quando o mal que se vê na TV, Internet, cinema, vídeo-game, em círculos de “amizade”, etc é tido como nada, e se torna portanto banalizado aos olhos dos cristãos, como poderão viver na santificação sem a qual ninguém verá o Senhor? Quando as práticas do mundo são incorporadas no nosso modo de vestir, conversar, agir, como é possível viver de modo santo agradável a Deus?
É preciso despertar do sono porque a noite já vai alta e o Senhor se encontra às portas. É preciso tomar a firme decisão de fugir das fontes de tentação e abandonar toda forma de pecado, principalmente o que é muito comum nestes dias relativo às práticas lascivas e sensuais não lícitas, e todas as formas de sexualidade proibidas por Deus em Sua Palavra (entre pais e filhos, entre tios e sobrinhos, entre genros e noras com sogros e sogras, entre pessoas e animais, entre adultos e crianças, entre pessoas do mesmo sexo – tudo isto e muito mais pode ser visto em Levítico capítulo 18).
Enfim, tudo o que nos leve para longe da comunhão em espírito e em verdade que é devida por nós a Deus, em pureza de coração e mansidão de vida, pode ser considerado como sendo do mundo que é definido pela Bíblia e que nos torna inimigos de Deus.
A Igreja de hoje necessita se arrepender de tudo isto e retornar à santidade, para que seja achada digna de ser arrebatada pelo Senhor.
A justiça é o linho fino com que os cristãos devem vestir seus corações com o fim de celebrarem as bodas do Cordeiro (Apo 19.6-9; 2 Cor 5.1-5; I João 2.15-17).