Ocorre que “paixão” vem do Latim PASSIO, “sofrimento, ato de suportar”, de PATI, “sofrer, aguentar”, do Grego PATHE, “sentir (originalmente, tanto coisas boas como ruins)”.
Assim, a vida desta palavra em Latim se resumia a designar um conjunto de sensações negativas.
Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. 1 Tessalonicenses 4:5
Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. 2 Timóteo 2:22
Se procurarmos a palavra paixão na Bíblia os únicos textos que fazem referências a ela são os textos acima e isso numa Bíblia revisada e atualizada. E não falam coisas boas dessa palavra. Eu, particularmente, não gosto nem quando se referem ao sofrimento de Jesus como a “Paixão de Cristo”. Pois, paixão é um sentimento vinculado a algo doentio, individualista, imaturo, avassalador, egoísta e muitas vezes destruidor. Difere-se muito do sentimento de amar, principalmente quando se trata de amor de Deus por nós.
A paixão, até pode ser o começo de uma relação, nunca seu meio. E pode, até, gerar o fim de um relacionamento, por se tratar de um sentimento doentio, às vezes. Bem diferente do sentimento de amar, pois quem ama, na verdade, se doa à pessoa amada, se entrega por ela e é passível até de morrer para lhe dar a vida. Bem diferente de paixão, o amor tudo sofre, tudo espera, tudo suporta, não busca seus próprios interesses, não se ufana e nem se ensoberbece, não arde em ciúmes. No amor, se envolve, respeitando a individualidade da pessoa amada. Quem ama ou já amou alguém, mesmo separados, deseja o melhor à pessoa, nunca seu mal. Se alguém, que hoje te odeia, disser que um dia te amou, não acredite, amor é algo bem maior. Quantos crimes passionais (da paixão) são cometidos por pessoas que se dizem “amar” alguém e por isso matam a pessoa amada. Precisam, urgentemente, entender o verdadeiro sentido da palavra amor.
E, para se ter amor, é preciso buscar na fonte: Jesus. Ele é a expressão fiel, verdadeira, gratuita do amor de Deus. Com Ele o namorado aprende a amar sua namorada, respeitando-a com sua fidelidade e compreensão e total entrega a ela. A mãe ama seu filho, incondicionalmente. Da mesma forma o pai busca o melhor por sua esposa e seus filhos. No amor o pai é capaz de dar a sua vida pelos seus e não vê a hora de estar perto deles, pois se agrada em protegê-los. Sente prazer em servi-los, dedicando sua vida a cuidar deles. Abrindo mão, até, dos seus próprios prazeres ele o faz por amor.
Apaixona-se por algum objeto, por um time, um carro ou pelas coxas da amada, por seus seios, pelo bumbum. Ama-se pela pessoa, pelo seu valor de mulher, mãe, amiga, compreensiva, por sua lealdade, fidelidade, dedicação, seu zelo e amizade. Paixão, nasce do coração do homem.
Amor vem do coração de Deus para o coração do homem. Paixão é algo passageiro, enquanto que o amor é eterno, pois nunca acaba. Tudo na vida se resume no amor. Por amor Deus se esvaziou de Sua majestade e gloria e se fez homem, sofrendo por nós. No amor cobrem-se multidões de pecados. Tudo: a Bíblia inteira com suas leis e profetas, seus ensinamentos e mandamentos, tudo se resumem em duas coisas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Então, porque não abrir mão de seus desejos doentios das paixões e se entregar aos desejos do amor, principalmente ao amor a Deus que o conduzirá ao amor ao próximo, a namorada, a esposa, aos filhos, aos pais, aos amigos, de forma verdadeira e fiel?