Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 2.1-10
Introdução:
I. A Natureza da Pregação Bíblica (2.1-5)
II. O Contraste entre a Falsa e a Verdadeira Sabedoria (2.6-16)
Conclusão:
Título deste subsídio: A Essência da Mensagem Cristã
Palavras-chave: Mensagem da Cruz
Na passagem bíblica que serve de tema à aula deste domingo vemos que o apóstolo Paulo destacou algumas verdades fundamentais sobre a natureza, o caráter e a supremacia da mensagem da cruz de Cristo. Vejamos, com a ajuda do Comentário Bíblico Beacon, essas verdades.
1. CONHECIMENTO PESSOAL VERSUS REVELAÇÃO DIVINA (2.1-6)
Paulo havia feito uma escolha em seu método de pregação. Sem dúvida a sua mente era tão ativa e alerta quantos seus esforços físicos. Ele era um homem de grande erudição e amplo aprendizado. Mas em algum lugar ao longo de seu aprendizado ministerial, ele havia feito uma escolha entre inflamar a mensagem do evangelho na sabedoria humana e pessoal, ou declará-la de acordo com a revelação divina. Por causa desta escolha deliberada de proclamar o evangelho como uma revelação divina, a pregação de Paulo tinha várias características significativas.
1. Sua Pregação era Simples (2.1)
Quando pregava, Paulo não o fazia com sublimidade de palavras ou sabedoria, mas simplesmente proclamava a mensagem que lhe fora dada. Simplicidade não significa superficialidade. Também não indica a ausência de habilidade mental ou de estudo árduo e preparação cuidadosa. Simplicidade significa declarar a verdade com uma linguagem clara, direta e compreensível. Paulo evitava uma exibição de truques oratórios confusos. Sua pregação era desprovida de sugestões filosóficas sutis. Não havia nenhuma conversa teológica dupla, e nada misterioso ou oculto. Deus havia lhe dado uma mensagem e ele entregou o testemunho de Deus.
2. Sua Pregação era Centralizada em Cristo (2.2)
Paulo deliberadamente excluiu de sua mensagem tudo que não fosse a revelação da obra expiatória de Cristo. Em sua pregação “ele intencionalmente separou os elementos diferentes do conhecimento humano, pelos quais ele pode ter sido tentado a apoiar a pregação da salvação”.
Quando Paulo pregou a Jesus Cristo, e este crucificado, ele selecionou o ponto singular que era o mais criticado pelos judeus e gentios.
3. Preocupação, Poder e Propósito (2.3-5)
Paulo, na ocasião em que foi a Corinto pela primeira vez, disse: “E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor”. Paulo não tinha um medo covarde da violência física, ou uma atitude sensível excessiva em relação à opinião popular. Antes, ele foi a Corinto com um sentimento de máxima preocupação pela gigantesca tarefa de pregar o evangelho em uma cidade completamente corrupta. Paulo não estava relutante em ir a Corinto, nem estava envergonhado do evangelho. Mas ele estava extremamente preocupado com a seriedade de sua missão. Ele teve uma “ansiedade apreensiva de cumprir um dever”. A pregação e as palavras de Paulo eram poderosas. Elas não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder. Seu uso das palavras, sua ordem de idéias e seu conteúdo não foram criados para ganhar aplausos. Ele conhecia a reputação de Corinto, onde a “arte espúria de persuadir sem instruir” era considerada em elevada estima.
O propósito da pregação de Paulo era estabelecer os convertidos na fé, fundamentando-os no poder divino.
4. Conhecimento Humano Versus Revelação Divina (2.6-9)
Paulo estava certo de que falava a verdade quando pregava o evangelho. Ele constantemente mostrava os benefícios práticos da sabedoria humana e do vazio da sabedoria humana. Para ele, a sabedoria (entendimento) que vinha de Deus só era reconhecível através da experiência pessoal. Neste sentido, a sabedoria é mais que conhecimento, inspiração, ou prudência com respeito à cruz de Cristo.
Paulo não possuía fé na sabedoria do homem em relação à redenção. Assim, a mensagem do evangelho não era a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes (governantes) deste mundo, que se aniquilam. A sabedoria de Deus revela seus propósitos e plano na redenção, enquanto que a sabedoria dos líderes humanos se torna inevitavelmente ineficaz e inoperante. O conhecimento do homem não pode resultar na redenção da raça, nem pode conseguir paz, prosperidade e segurança permanentes para nós. Quando Paulo se referiu à sabedoria de Deus, oculta em mistério, ele não estava se referindo a um enigma ou a um evento que o homem considera difícil de resolver. No vocabulário de Paulo, a sabedoria era um mistério (mysterion) no sentido de que a razão humana era incapaz de penetrar nela, ou de descobri-la. Paulo também usou o termo mistério no sentido de algo que esteja oculto a alguém que ainda não faça parte do grupo. Uma vez que a iniciação da pessoa neste grupo tenha ocorrido, todas as coisas anteriormente desconhecidas são reveladas claramente. Portanto, a sabedoria de Deus é uma sabedoria oculta, significando que os homens que rejeitam a Cristo não podem entendê-la. Além disso, Deus ordenou a sua sabedoria antes dos séculos. Ele havia mostrado com antecedência o método de redenção do homem.
5. O Homem Espiritual Versus o Homem Natural (2.10-16)
Um dos aspectos incomparáveis do evangelho cristão é a sua classificação simples, embora forte, dos homens como espirituais e naturais. O homem natural vive de acordo com a razão humana ou impulsos humanos. O homem espiritual recebe vida do Espírito Santo e é dirigido pelo Espírito Santo.
a) O Homem Espiritual (2.10-13). Além de Jesus Cristo, a única pessoa que pode nos dizer a verdade a respeito de Deus é o Espírito Santo. No que diz respeito aos fatos espirituais, Paulo escreve: Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito. A declaração: O Espírito penetra todas as coisas, não significa que Ele investiga ou indaga todas as coisas. A frase significa que o Espírito Santo possui “conhecimento completo e exato”. A revelação de Deus é feita pelo Espírito Santo. “As profundezas de Deus designam a essência de Deus, portanto, seus atributos, vontades e planos”.
b) O Homem Natural (2.14). Em contraste com o homem espiritual está o homem natural. A palavra para natural (psychikos) sempre denota “a vida do mundo natural e aquilo que pertence a ele, em contraste com o mundo sobrenatural, que é caracterizado pelo pneuma (espírito)”. Portanto, o homem natural é “aquele que possui… simplesmente o órgão da percepção puramente humana, mas que ainda não possui o órgão da percepção religiosa no… espírito”. O homem natural possui apenas os poderes comuns do homem separado de Deus; como tal, ele não compreende as coisas do Espírito de Deus… e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Visto que as habilidades naturais do homem “são totalmente corruptas por causa do pecado, conseqüentemente toda a atividade de sua alma e mente será obscurecida”. As coisas espirituais são loucura para o homem natural, porque tal homem vive como se a totalidade da vida estivesse nas coisas físicas; ele vive somente para este mundo. Seus valores são baseados no material e no físico, e ele julga todas as coisas à luz destes termos. Tal homem simplesmente não pode entender as coisas espirituais. Aquele que pensa apenas em termos de gratificação sexual não pode entender o significado da castidade; uma pessoa dedicada a acumular bens materiais não pode compreender o significado da generosidade; um homem motivado por um desejo de poder não pode saber o significado do serviço sacrificial; um indivíduo cuja vida é guiada por atitudes mundanas não pode apreciar os impulsos interiores e espirituais. Pelo fato de o homem natural não abrir a sua vida para o Espírito Santo, ele considera toda a vida e valores espirituais como loucura.