Antes de procurar interpretar a atitude tanto de Caim quanto de Abel em oferecer um sacrifício a Deus, eu me atento na atitude de Adão. Seus filhos receberam instruções devidas para oferecer algo a Deus.
Adão falhou a primeira vez em não obedecer às ordens de Deus, mas não falhou como pai. Ele soubera incutir na mente dos filhos o dever de cultuar a Deus. Mais ainda, ensinou-os a não apresentar-se a Deus com as mãos vazias (Dt 16.16). O valor do nosso culto a Deus não está no ato da nossa presença, (lembre-se, Caim também se apresentou a Deus) mas naquilo que vamos apresentar a Deus. Paulo também disse coisa semelhante, vejamos 1 Co 14.26.
Deus se alegra com nossa sinceridade e voluntariedade quando nos apresentamos ante a Sua majestosa presença. Ele observa a maneira com que nos aproximamos do santo altar; o que nos motiva a comparecer. Isto tem peso ante Deus. Deus não está interessado em sofisticadas oferendas, Ele atenta para o nosso gesto de gratidão. (Pv 21.3).
Caim e Abel se apresentam a Deus. Ambos com uma oferta. Os dois fazem o seu culto e sacrificam ao Senhor. Até então tudo transcorria normal, mas no final do “culto” deu pra sentir a diferença. Apenas um sacrifício é aceito, somente um tem cheiro suave que sobe às alturas penetram no santíssimo trono de Deus.
O mesmo ocorre conosco em nossos dias. Entramos no templo para adorar, oferecemos o nosso culto a Deus e tudo parece normal, mas no final sentimos a diferença. No final das contas sabemos se nossa oferta foi aceita ou não. Se nosso louvor, nossas orações e súplicas subiram com cheiro suave, ou se não passaram do teto. Não é apenas a oferta, mas também a nossa maneira de ofertar conta.
Diferentemente do que se costuma pensar, é importante observar que a resposta de Deus para os irmãos Caim e Abel não girou apenas em torno da natureza das ofertas que um e outro levaram ao Senhor; devemos observar a motivação por trás da oferta de cada um. O verso 4 diz que Abel trouxe das “primícias e da gordura” sua oferta ao Senhor, ou seja, ele deu o melhor ao Senhor. Quanto a Caim, ele também ofertou algo ao Senhor, mas não procurou fazê-lo com sinceridade. Em seu coração havia rivalidade, desprezo, ódio. Por isso o texto registra que Deus agradou-se “de Abel e de sua oferta”. A idéia é que Deus agrada-se primeiro da atitude da pessoa, para depois agradar-se de sua oferta. O fato de Abel ter ofertado das “primícias e da gordura” do seu rebanho revela o desejo de seu coração de agradar ao Senhor, para quem conta mais a motivação do que o gesto de ofertar em si. Que Deus se agrade de nós e de nossas ofertas.
Artigo extraído do site www.sovitoria.com