A HERANÇA QUE VALE A PENA II
“E buscar-me-eis, e me encontrareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jr 29:13)
Um encontro acontece quando duas pessoas decidem estar juntas num mesmo local e horário. O Pai celestial marca um encontro conosco no exato momento em que, arrependidos, decidimos buscá-lO de todo coração. Quando damos o 2º passo (o 1º foi do Pai, pela cruz de Cristo) nós descobrimos que mesmo de longe o Senhor nos vê (Lc 15:20). Sua resposta é imediata! Sem demora Ele corre em nossa direção cheio de compaixão! De fato, como um Pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem (Sl 103:13,14). Quando somos impregnados pelo temor do Senhor, um horizonte lindo se abre diante de nós.
A intimidade do Senhor é para os que O temem (Sl 25:14)! Em Lc 15:20b lemos que ao se aproximar do filho, aquele pai o abraçou e beijou. Intimidade foi a primeira terra empossada pelo filho. Segundo Rm 8:15-16, o Espírito que recebemos não é um espírito de escravidão, mas sim de adoção baseados no qual clamamos “Aba, Pai!”. Aba significa paizinho. Era assim que Jesus chamava a Deus: Aba (Mc 14:36)! Temos em nosso interior este mesmo Espírito, Santo e Poderoso, que nos leva a rejeitar toda escravidão de frieza e religiosidade vazia e clamar por um relacionamento íntimo com o Pai!
Muitos vêem intimidade como momentos de adoração regados a músicas de letra intimista e carinhosa. Isso é parte da vida de um adorador. Mas intimidade vai além. Em At 5:1-11 lemos a história de Ananias e Safira. Este casal viveu em meio a um grande mover de Deus. Numa época de tudo ou nada com Deus, venderam uma propriedade para doar o dinheiro à Igreja. Porém, guardaram para si parte do dinheiro e tentaram enganar os apóstolos. O que aquele casal queria? Reputação de bonzinhos diante da Igreja? Mais uma vez voltamos ao ponto inicial: onde está o nosso coração? Eles viam a conversão de multidões, as curas, os sinais e prodígios dos apóstolos. Eles eram membros da tão reverenciada Igreja Primitiva! Mesmo assim, ignoraram uma forte base da nossa fé: a onisciência de Deus. Fugiu de sua mente a realidade de que Deus a tudo vê. Ele sonda o mais profundo do coração do homem (Sl 139). Eles estavam imersos em manifestações públicas da glória de Deus, mas não O conheciam!
Como um jovem rebelde que ignora os esforços de seus pais para dar-lhe o melhor, viver junto não é garantia de intimidade. Deus quer mais do que convivência! Ele tem uma herança de intimidade para nós! Ele quer se revelar! É interessante como temos disposição para pedir a tantas pessoas que orem por nós, levando nossas causas diante de Deus. Mas achamos maçante nós mesmos, levarmos diante dEle todo dia as nossas petições. Ele não quer ser como alguns pais, que ficam sabendo por terceiros do primeiro namorado da filha. Deus quer ser um Pai Amigo. Aquele a quem tudo contamos e de quem nada tentamos ocultar.
Deus quer se alegrar de nós como um pai honesto que se orgulha não pelo seu filho desfilar uma super moto no meio dos amigos, mas pela sua firmeza de caráter. O verdadeiro valor de ser filho de Deus não está no que Ele pode nos dar e sim no que Ele pode nos transformar. Na verdade Ele já nos transformou! Em templos do Seu Espírito (I Co 3:16). Somos habitação permanente da presença do Deus Todo-Poderoso, o nosso Pai!
Intimidade. Essa é a primeira terra da herança que hoje, tomamos posse pelas mãos do Pai, em nome de Jesus, amém.
Carinhosamente em Cristo
Thais Monteiro Brum
Líder de Louvor e Adoração na Igreja Metodista em São Pedro de Alcântara – Pádua/RJ