A justiça da Lei e a justiça da Fé
Rom 10:3 Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.
Rom 10:4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
Rom 10:5 Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.
Rom 10:6 Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo;
Rom 10:7 ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.
Rom 10:8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. (Rom 10.3-8)
O Senhor disse a Moisés, depois de ter estabelecido a Antiga Aliança com o povo de Israel, o seguinte:
Lev 18:5 Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.
E Moisés confirmou junto ao povo tais palavras, e o vemos dizendo em Deut 6:25: Será por nós justiça, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o SENHOR, nosso Deus, como nos tem ordenado.
Por isso, temos inúmeras passagens no Velho Testamento, nas quais se faz referência à justiça da Lei, e não à justiça da fé, mediante nosso Senhor Jesus Cristo na Nova Aliança, apesar de ser também profetizado em muitas passagens, citações relativas a esta Justiça da Nova Aliança que é segundo a fé, e não segundo as obras da Lei.
Ainda que não se exclua no Novo Testamento, a exigência de um procedimento justo por parte do crente, não é no entanto, tal como no Velho Testamento, por tal meio, que o mesmo será considerado justo por Deus, mas por causa da sua fé em Cristo.
Deus prometeu pelos profetas que Jesus seria a justiça do crente.
É pela fé, na comunhão com Cristo que o crente é justificado.
O coração do crente foi mudado de coração de pedra para coração de carne, e assim, está habilitado pelo poder do Espírito Santo que o regenerou, renovou e santificou, a cumprir os mandamentos de Deus, andando na vereda da justiça.
Todavia, muitos dos aliançados do Antigo Pacto, não eram pessoas de fé, e resistiam ao Espírito Santo, de modo que mesmo quando declaravam que seriam obedientes aos mandamentos, Deus sabia muito bem qual era a condição carnal de seus corações, e isto lhes incapacitaria a guardarem devidamente os mandamentos que lhes haviam sido dados no Monte Sinai.
Daí, ter o Senhor proferido em relação a eles o que lemos em Deut 5.27-29:
Deu 5:27 Chega-te, e ouve tudo o que disser o SENHOR, nosso Deus; e tu nos dirás tudo o que te disser o SENHOR, nosso Deus, e o ouviremos, e o cumpriremos.
Deu 5:28 Ouvindo, pois, o SENHOR as vossas palavras, quando me faláveis a mim, o SENHOR me disse: Eu ouvi as palavras deste povo, as quais te disseram; em tudo falaram eles bem.
Deu 5:29 Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!
Eles seriam desobedientes, apesar de terem declarado que obedeceriam ao Senhor, não porque fossem diferentes das demais nações, mas exatamente porque eram como toda e qualquer pessoa, pois temos uma natureza terrena decaída no pecado que é inimiga de Deus e da Sua vontade, e somente o Senhor pode vencer tal indisposição natural que habita em todos os homens.
Para obedecerem ao Senhor teriam portanto que circuncidar muito mais do que o prepúcio, pois teriam que circuncidar o coração, para que toda impureza da alma e do espírito fosse removida por Deus.
Assim, tanto quanto eles, muitos ainda hoje, especialmente em nações que foram culturalmente fermentadas e influenciadas pela doutrina das boas obras para a justificação, como é o caso do Brasil, entre tantas outras, é muito difícil de se reconhecer e aceitar que não temos em nós qualquer justiça que possa satisfazer a exigência da justiça de Deus, e que necessitamos portanto que o próprio Deus nos justifique com a justiça de Cristo, a qual Ele está oferecendo gratuitamente a qualquer que se arrependa e creia no Evangelho.
Esta é a justiça da fé. A única justiça que pode salvar o pecador.
A justiça da Lei, a ninguém pode justificar, pois ela exige perfeita obediência a todos os mandamentos de Deus, por toda a existência, e isto sabemos, nenhum pecador é capaz de fazer.
Aquela justiça da Lei apontava então, para a necessidade que todo salvo tem, de ser perfeitamente justo para que possa ser aceito por Deus. E isto é feito pela esperança do evangelho daquela perfeição em justiça que teremos no porvir, porque já possuímos agora a perfeita justiça de Cristo que nos foi outorgada, e que está sendo implantada progressivamente em nós, no processo da santificação do Espírito Santo, mediante a Palavra do Senhor.
Pr Silvio Dutra