“… para que juntamente convosco eu seja consolado em vós pela fé mútua, vossa e minha”. Rm. 1.12
A palavra hebraica utilizada no Antigo Testamento para a expressão “compartilhar” é “hesed”. Tem (principalmente) dois significados : um mais legalista no sentido de “cumprir aquilo que foi acordado” ou “dar ao outro aquilo que lhe é devido segundo o previamente acordado”; num segundo sentido, mais intuitivo, espiritual, assume o significado de “ato gratuito e espontâneo de bondade e amor”.
“Chesed” é a palavra hebraica para o termo “misericórdia”. Representa o desejo de compartilhar incondicionalmente. Representa a vontade de doar tudo de si mesmo e a generosidade sem preconceitos; a extrema compaixão.
Assim Paulo expressou aos crentes romanos o seu desejo de estar “doando tudo de si mesmo”, afim de “comunicar algum dom”. Segundo Champlin: “Paulo era apóstolo dos gentios; e as pessoas para quem ele escrevia morava na grande capital do mundo gentílico. Paulo era impelido pelo intenso desejo de vê-los, afim de ajudá-los, espiritualmente falando”.
A motivação do grande desejo que Paulo tinha em ver àqueles crentes de Roma não estava no egoísmo pessoal, mas antes, no mais puro altruísmo – ele queria serví-los. Paulo não queria ver a cidade, nem os senadores, nem o imperador, nem suas riquezas, nem seus edifícios; mas os santos pobres, que eram os mais excelentes homens que havia na terra, em todo império romano, e em quem estava seu deleite, segundo afirma John Gill.
Paulo teria o desejo de compartilhar a fé. Paulo visava a edificação dos crentes, o crescimento na comunhão, que são característicos do processo de dar e receber, ou seja, mutuamente. O apóstolo entende que tanto ele, quanto eles (os romanos) seriam beneficiados do companheirismo manifestado nesta epístola – jamais seria unilateral. Sempre haverá um caráter mútuo na fé. “Aqueles que dão também recebem, e o recebem na proporção da generosidade com que tiveram dado”, afirmou John Knox.
Talvez esteja aí a grande maravilha: compartilhar é o ato gratuito e espontâneo de bondade e amor, que se manifesta no desejo de informar, comunicar; e, ser informado, ser comunicado. É o amar e ser amado, é o dar e receber, é o ajudar e ser ajudado.
Quando compartilhamos a fé com nossos irmãos, de fato choramos com os que choram e alegramos com os que se alegram. Compartilhar não é explorar é ajudarem-se mutuamente, em conjunto. Daí a necessidade de sempre estar em contato com o irmão, para compartilhar a fé, seja visitando, reunindo-se em oração, cultuando em solenidade, participando das reuniões da igreja, abraçando o irmão, e, ainda, preocupando-se com suas dificuldades, comemorando suas vitórias e testemunhos.
Estar junto é compartilhar, é estar em comunhão, é doar tudo de si mesmo e com a generosidade sem preconceitos, a extrema compaixão.
Você é capaz disso? Não!?!? Então ore, pois o Senhor, por intermédio do Seu Espírito está desejoso em compartilhar contigo essas verdades e ajudá-lo a amar o Senhor acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, ou seja, compartilhar amor.
Portanto, compartilhe o evangelho com os desafortunados de coração, assim compartilharás das necessidades alheias e as apresentarás, em intercessão, num ofício sacerdotal, ao Senhor Deus, Todo-Poderoso.