“Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.” – Daniel 12:2-3
Felizes são todos aqueles que dão a devida consideração a esta palavra profética revelada a Daniel, por serem sábios e buscarem a justiça que está sendo oferecida gratuitamente a todos os pecadores em Cristo.
Judas é o representante de uma categoria numerosa de pessoas que permanecem debaixo das misericórdias de Deus e partilham do conhecimento das coisas celestiais, mas tudo o que fazem é devolver grande ingratidão e traição ao Senhor.
Eles não podem desprezar e abandonar os benefícios da Sua infinita bondade, relativa à provisão natural e manutenção de suas vidas físicas, bondade esta que ele derrama abundantemente sobre todos, mas a própria pessoa e vontade de Deus configuram um grande aborrecimento para eles, porque nada desejam senão apenas viver segundo os seus próprios desejos e critérios.
Para eles, tudo… mas para Deus, sequer migalhas do seu tempo. Para os seus próprios interesses, todo o empenho… para o reino de Deus e Sua obra, nada.
Todavia, caminham neste mundo, ao lado daqueles que assim como eles também se dizem cristãos, sejam autênticos seguidores de Cristo ou não.
Podem chegar a usar até mesmo suas mentes e mãos em afazeres religiosos, mas nunca será achado nestes empenhos, o seu coração.
Não podem estar afeiçoados ao Senhor porque nada possuem de fato em seus espíritos para lhe consagrar. Como podem dar o que não receberam. Uma vez tendo se endurecido à recepção da Sua graça para a transformação do coração, permanecerão na mesma condição de endurecimento que lhes impossibilita de amar com o mesmo amor com o qual Cristo nos ama.
E pensar que o Senhor tem feito chover constantemente a sua graça sobre eles, mas como um solo impermeável não permitem ser penetrados por ela, por saberem que isto lhes custará a negação do ego e o abandono de tantos pecados e costumes que Deus abomina, e que no entanto, lhes são tão queridos.
Então, consideram melhor não dar ouvido à consciência quando debaixo da convicção do Espírito Santo e da Palavra de Cristo, e preferem criar uma forma de engano próprio com aparência de verdadeira devoção e piedade externa, que pode até mesmo enganar a muitos quanto à sinceridade da sua profissão de fé, por a considerarem verdadeira. Mas o Deus que não pode jamais ser enganado e que tudo sabe e conhece a respeito do nosso coração, pensamentos e intenções, não concederá o perdão eterno a quem não reconhece o mal de seus pecados, e que não pretende confessá-los para o fim de purificação.
E pensar que em tudo isto está selado um destino eterno, seja para a honra ou para a vergonha e o horror eternos.