Todo mundo sonha com um relacionamento perfeito e duradouro. As meninas com seus príncipes encantados, educados, gentis, sensíveis e montados em seus cavalos brancos. Enquanto os meninos sonham com as princesas sempre delicadas, femininas e eternamente apaixonadas pelo seu herói. Uma vez conquistada a princesa, o príncipe não precisa mais se preocupar em conquistá-la outras vezes… É um mundo onde não há TPM nem planos que dão errado ou falta de dinheiro.
Os contos de fadas sonhados por príncipes e princesas, geralmente começam pelas aventuras e ciladas e terminam no beijo vitorioso do “felizes para sempre”, mas a realidade do dia a dia revela outras curvas, na maioria das vezes, começando pelo beijo apaixonado e terminando nas ciladas aventureiras de um conto de fadas que não suportou a dureza da rotina da vida real.
Pelo caminho vão caindo alguns príncipes mutilados de guerra, que viraram sapos; e princesas ressecadas pela vida que viraram rainhas malucas, depressivas ou traumatizadas do “amor”.
Aos adultos que lêem este texto não preciso dizer que a vida não é um “faz de contas”, que o príncipe pode ter chulé ou acordar com mau hálito e a princesa, bem… a princesa não terá este rostinho de capa de Revista Querida para sempre, e também, nem todos os dias estará receptiva aos cortejos do “gajo”…
No entanto, não estou aqui para desacreditar o amor, nem para fazer fila aos que dizem que o amor verdadeiro não existe. Pelo contrário! Embora, segundo os números do CNB (Colégio Notarial do Brasil), que representa os tabeliães de todo o país, a quantidade de divórcios venha crescendo impressionantemente nos últimos anos, quero afirmar que é possível ser plenamente feliz em um relacionamento duradouro, sim! Encontrar alguém que queira viver a vida comum ao nosso lado é uma bênção, e também um desafio, é verdade! Afirmo que não há melhor sentimento de realização e plenitude do que tomar decisões (importantes ou corriqueiras) com quem deseja construir a mesma vida e futuro ao lado da gente.
É preciso muito esforço, vontade de aprender e, principalmente, a sensibilidade para no momento certo, abrir mão de querer ter razão sempre. Às vezes é preciso “perder” para ganhar, ou seja, entre magoar desnecessariamente e ter razão, prefira perder a razão por um momento mas valorizando a harmonia da relação.
Aprendi que existem três colunas que são a base de todo e qualquer relacionamento duradouro. Na falta de qualquer uma delas a relação pode desmoronar e provocar um grande estrago. As outras coisas são adornos, são importantes também, mas estas três são a estrutura principal. Eu os chamo de tripé Verdade, Fidelidade e Amor. Nenhum desses três pilares é mais ou menos importante que o outro, devem ser erguidos juntos, não se pode abrir mão de qualquer um deles e devem ser vividos integral e equilibradamente pelos dois lados da relação.
Faça um “pacto da verdade” com você mesmo, em primeiro lugar, e com quem deseja caminhar ao seu lado, de mãos dadas, na vida em comum. É preferível uma verdade dolorida e curadora do que uma mentira enganosamente anestesiante que não cura ou trata a ferida aberta. A verdade sempre dita com o coração aberto produz confiança e libertação.
Por outro lado lembre-se que a verdade jamais deve ser dita sem amor, por vingança e/ou para ferir. Não use a verdade para o teu próprio interesse, mas deixe que ela conduza o teu coração. No caminho da verdade podemos perceber claramente por onde estamos caminhando e fazendo outras pessoas caminharem conosco. Longe da verdade todos os caminhos ficam turvos e perigosos.
Fidelidade não é só não trair, não saindo ou ficando com outra pessoa. Também, mas não somente isto. Fidelidade é sobretudo, manter o vínculo vivo, a cumplicidade apesar de todas as forças, sentimentos e situações que nos tentam ao contrário. O coração inviolável não é aquele que não passa pelo medo da tentação de ceder, ainda que só por um momento, mas sim aquele que da fraqueza consegue reunir forças para dizer: “não!” e permanecer fiel até o fim.
Muitos pensam que nunca traíram seus parceiros, tão somente porque nunca tiveram um relacionamento físico extraconjugal. O problema é que a traição também pode acontecer no nível emocional, pode-se trair muito mais profunda e perigosamente ao deixar a mente e o coração vagarem para além da pessoa com quem prometemos viver a vida em comum. Tome cuidado para não trair seu/sua parceiro/a com família ou amigos. A fidelidade conjugal prioriza a pessoa amada em todas as situações.
A fidelidade é parceira, é cúmplice e deseja o bem mútuo. A fidelidade não é egoísta, antes, pelo contrário, pensa no melhor para os dois lados, sempre. Ainda que se tenha de abrir mão de algum projeto ou desejo pessoal/particular.
O amor é sempre respeitoso e entende os limites. É paciente, sabe esperar a hora certa, não de forma doentia, mas alegre e esperançosamente. O amor pode ser confundido facilmente com paixão, mas o amor verdadeiro jamais acaba. Paixão é enfeite, tempero, fumaça, mas o amor é coluna.
No amor não há medo, não há agressão, não há tortura física ou psicológica. Ao mesmo tempo o amor sabe perdoar o imperdoável, consegue crer no inacreditável. No amor não há vergonha, nem exposição de intimidades constrangedoras. O amor faz valer a verdade e a fidelidade dedicada. Um alimenta o outro. O amor dá sabor e calor, aconchego.
Relacionamento não é só o início, mas o todo, durante a vida toda. É feito de bons e maus momentos, alegres e tristes, mas enquanto há vida nos dois ainda dá tempo de erguer as colunas que faltam ou solidificar alguma delas que esteja vulnerável. Leva tempo, eu sei, mas é melhor começar de uma vez, mesmo que seja por apenas um dos lados e, enquanto se constrói, fazer o convite do que deixar a vida passar e não construir nada.
O Deus que criou relacionamentos possíveis te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!