Quando a mão do Senhor é continuamente contra nós, somos tentados a pensar que o Seu coração também está contra nós.
O Senhor havia sido como um leão para Israel, para que eles se vissem culpados, e que assim o buscassem arrependidos:
“14 Pois para Efraim serei como um leão, e como um leão novo para a casa de Judá; eu, sim eu despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
15 Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão.” (Os 5.14,15)
Sabendo deste propósito de Deus de sempre afligir para curar o Seu povo, podemos renovar a nossa esperança nEle.
Quando nossos corações se esquecem da graça de Deus por algum tempo, Ele a faz retornar aos nossos corações para que possamos estar prontos a usá-la para nos reconciliarmos com Ele.
Por ruins que sejam as coisas, elas não são piores devido à misericórdia de Deus. Nós somos afligidos pela vara da correção da Sua ira, mas é pelas Suas misericórdias que nós não somos consumidos (Lam Jer 3.22).
Se as coisas são ruins e poderiam ter sido piores, então temos que esperar que elas sejam melhores. Fazer isto é expressar confiança em Deus. É fé em prática na Sua bondade e misericórdia. E como Ele se agrada disto, há certamente de recompensar a nossa fé com coisas boas.
Por isso a Igreja é como a sarça de Moisés, que enquanto queimava não era consumida. Qualquer sofrimento que enfrentarmos poderá nos afligir mas não nos consumir, tal como aquela sarça.
Porque podemos dizer junto com o apóstolo:
“8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados;
9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;” (II Cor 4.8,9)
Evidentemente, isto não significa que devemos criar expectativas de alcançar neste mundo um estado de felicidade plena, de alegria e paz perfeitas, pois enquanto aqui estivermos teremos que enfrentar muitas aflições e tribulações, e a pior delas que diz respeito às nossas próprias fraquezas, decorrentes da fraqueza da nossa natureza terrena decaída no pecado, que está sendo mortificada pela operação da cruz.
Todavia podemos buscar na graça de Jesus uma vida sábia e corações sábios que nos livram de muitos dissabores presentes. E o recebemos por meio do arrependimento e da fé no Seu nome.
A causa desta bênção são as misericórdias do Senhor que atuam em nosso favor, guardando-nos de uma destruição final. Ele é o Pai das misericórdias.
Nós somos livrados por causa destas misericórdias não somente do diabo, mas também da morte e do inferno. Deveríamos ter sido consumidos há muito tempo por causa dos nossos pecados, mas não somos tratados por Deus em conformidade com os nossos pecados, mas segundo a multidão das Suas misericórdias, que nunca têm fim, e que se renovam todos os dias, e que antes mesmo de levantarmos a cada manhã, já se encontram lá nos aguardando, para que não sejamos consumidos pela ira da justiça divina.
Quando nossos confortos falham, contudo as misericórdias do Senhor nunca falharão, porque grande é a Sua fidelidade.
A nossa Jerusalém pode estar agora em ruínas por causa do juízo de Deus contra os seus pecados, mas em razão da Sua misericórdia tornará a ser colocada como objeto de louvor em toda a terra, porque o Senhor certamente a restaurará conforme tem prometido fazer.
Ele faz o mesmo com todos os Seus filhos, depois de tê-los sujeitado a um tempo de correção com aflições.