A festa de Pessach nos aponta tantas profundas e ricas revelações relacionadas ao momento profético atual – vejamos Moshê-Moisés ao sair do Egito: “Adonai é a minha força, e o meu cântico; Ele me foi por salvação. Oh Adonai, quem é como Tu…” Êxodo- Shemot, 15:3 e 11. Moshê cantou ao ser liberto, entoou um lindo cântico, reconhecido como o “Cântico de Moshê”. Tão lindo e impactante este cântico que sua irmã não se conteve: dançou tocando tamborins na presença de Adonai (v.20)! Quanta alegria, quanta emoção – liberdade para servir à Adonai …a razão da nossa libertação! Mas o que aconteceu logo depois? Águas amargas. Interessante que as águas amargas estão relacionadas com impureza, mistura, adultério. Como assim?! Em Números 5:11-24 vemos o que o sacerdote haveria de fazer em caso de suspeita de adultério: a esposa acusada era encaminhada à presença do sacerdote, juntamente com uma oferta de ciúme. O sacerdote então, misturava a água santa contida em um vaso de barro com o pó retirado do chão do mishcan (tabernáculo). Desta forma, a água passaria a ficar “amarga”, imprópria para beber. Esta água era então oferecida à mulher suspeita de adultério e ela, após receber a palavra do sacerdote sobre a água deveria concordar através do seu amém e bebê-la. Se de fato ela tivesse cometido adultério, a água amarga seria maldição para morte, caso contrário, seria bênção para vida. Lá no deserto, sobrenaturalmente, a água se transformou de amarga em doce, sugerindo que ao bebê-la nenhum de nós seria mais considerado adúltero, portanto seríamos férteis, fecundos, abençoados. Quando somos crianças, recém-remidos, o processo de purificação em nossas vidas se dá sobrenaturalmente, Adonai se responsabiliza em nos purificar do adultério, da mistura, somente a partir da nossa decisão de caminhar para fora do Egito.
Estávamos recém-comprometidos com Adonai, nosso Noivo, imagina só a cena – O Noivo assume o compromisso com a noiva: “Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis minha propriedade peculiar entre todos os povos. Embora toda a terra seja minha, vós me sereis reino sacerdotal e nação santa.” Êxodo-Shemot, 19:5 e 6 – e a noiva aceita o compromisso: “Então todo o povo respondeu a uma só voz: Tudo o que o Senhor falou, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo” Êxodo-Shemot 19: 8. O Ketubah, o compromisso de casamento estava declarado, e depois a grande celebração com direito a efeitos especiais e toque do shofar diretamente da boca de Elohim: “ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e relâmpagos e uma espessa nuvem sobre o monte, e um sonido de buzina muito forte…Todo o monte Sinai fumegava, por que o Senhor descera sobre ele em fogo. A sua fumaça subia como a fumaça de uma fornalha, todo o monte tremia grandemente, e o clangor da buzina ia aumentando cada vez mais. Então Moisés falava, e Elohim lhe respondia por uma voz.” Êxodo -Shemot 19:16-19. Este casamento, perceba, é lembrado também em Jeremias 31:32. Estava tudo muito bonito, até que em seguida, mas logo em seguida, nós resolvemos experimentar um adulteriozinho: Bezerro de ouro – não nos contivemos e voltamos a nos misturar. Terrível e cruel realidade, limpos pela mão de Adonai, sujos pela nossa opção… É muito ruim, só de pensar…O que fez então o líder Moshê? “Então tomou o bezerro que tinham feito, e o queimou no fogo, moendo-o até que se tornou em pó, e o aspergiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel”. Êxodo-Shemot, 32:20. Moshê deu águas amargas ao povo de Israel e depois que beberam qual foi o resultado? Muitos morreram à espada (adúlteros-maldição para morte), mas um remanescente (adoradores obedientes – bênção para vida) permaneceu de pé diante de Adonai. Podemos ser este remanescente, uma geração disposta a amar a vontade de Adonai e buscar cumpri-la em amor, não legalismo. Uma geração disposta a ser santificada, amar o ensino da Torah no coração, e ser assim separada realmente ao Senhor. São incontáveis os chamados a posicionarem seus corações desta forma, porém poucos, assim como o exército de Gideão, se fazem escolhidos. O pior tem ocorrido a todos que dizemos que queremos adorar ao Senhor com todas as forças e sermos santos, porém, na hora H… ao encarar os ensinos do Senhor, as Suas mitzvot (mandamentos) …preferimos teologias fáceis, enganosas e sedutoras que nos afastam do Noivo e nos levam ao bezerro dourado…triste realidade. Não podemos esquecer que a kahal (congregação) escolhida para ser propriedade exclusiva de Elohim, iniciou suas atividades naquele dia de celebração lá no Sinai e continuou e continua, já em Shavuot – Pentecostes (Atos 3:47), a ser acrescida de remidos, aliás, também com direito a muitos efeitos especiais!!! O desafio é permanecermos fiel ao Noivo e nos alegrarmos com o mel extraído da Rocha e não águas amargas. Você aceita o compromisso e o desafio???????????
Baruch Ha SHEM! Bendito é O NOME!
Por Marcelo Munerato. – Ami Israel-Curitiba/PR
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