O que mais palpita no coração de Deus? Qual seu grande plano para o seu povo? Ele deseja que sejamos a sua “família”. A família é idéia de Deus porque ele a ordenou e a projetou: “E lhes serei Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6.18). Deus é o Pai de uma grande família que inclui todos aqueles que consideram Jesus Cristo o seu Senhor.
A oração afetuosa do apóstolo Paulo pelos amados em Efésios expressa isso assim: “Por esta causa me ponho de joelhos diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família tanto nos céus como na terra” (Ef 3.14,15). Deus é o Pai de quem deriva toda a paternidade, seu significado e inspiração. Precisamos entender a sua paternidade – seu amor, seu perdão e sua aceitação – se queremos entender relacionamentos familiares saudáveis na igreja e nas casas.
Infelizmente, a geração de hoje tem deturpado a idéia de paternidade porque os pais muitas vezes têm abusado da sua autoridade ou têm estado ausentes, causando uma lacuna de confiança e segurança, tanto na igreja como nas casas. Com todos estes modelos nada saudáveis no mundo, o povo de Deus, a igreja de Jesus Cristo, deve servir como exemplo em relação ao plano de Deus para a família.
A igreja precisa começar a entender o seu papel influenciador na área da paternidade – como uma comunidade de amor para o crescimento de vidas. Deus vai orientar muitos homens que têm o coração de pai a começar a ajudar e discipular homens mais jovens em suas comunidades. Mulheres mais maduras vão colocar mulheres mais jovens debaixo de suas asas e transmitir-lhes amor, cuidado e sabedoria. Famílias fortes vão se importar com famílias em que um dos pais está ausente, levando força e combatendo o sentimento assombroso da solidão. Vamos procurar a mesma alegria que a igreja primitiva exalava enquanto todos viviam em comunhão uns com os outros e com o Senhor.
Não podemos mais viver independentes uns dos outros. Deus quer restaurar a paternidade e a maternidade em seu Reino e isto tem o seu começo com a promessa de ser Pai para nós; mas para que os irmãos experimentem a verdadeira família espiritual, pais e mães espirituais precisam obedecer ao chamado do Senhor. As famílias e a igreja precisam de pais e mães que vão assumir suas responsabilidades como pais espirituais.
(Transcrito do livro “O Clamor por Pais e Mães Espirituais”, de Larry Kreider)
O coração de Deus Pai
SENHOR, DÁ-ME UM CORAÇÃO IGUAL AO TEU
Preciso desejar ardentemente ter o CORAÇÃO DE DEUS!!!
Um coração bondoso, amoroso, longânimo, perdoador, acolhedor, misericordioso, largo e espaçoso, humilde, justo e firme, coerente, PATERNO!!! É a Palavra dele que nos exorta: “Dilatai os vossos corações” (2 Co 6.11,13).
Deus é Pai e tem nos chamado para compartilhar sua glória conosco, nos confiando o cuidado de vidas preciosas que pertencem a Ele, para que assim sejamos seus representantes fiéis, isto é, sermos pais de muitos que o diabo destruiu e roubou de suas paternidades. Paulo identifica a facilidade de sermos pedagogos, isto é, professores, mas o que falta é paternidade de alguém que é, de fato, um pai.
“Porque ainda que tivésseis milhares de preceptores (no original, pedagogos) em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (1 Co 4.15).
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5.48).
Preciso confessar o pecado, buscando um profundo e genuíno arrependimento, identificando e renunciando, pelo agir do Espírito Santo, meus conceitos humanos, atitudes e palavras que não são conforme Cristo e conforme a paternidade de Deus o Pai.
Tenho experimentado que os momentos mais difíceis são aqueles quando somos repreendidos, somos corrigidos, somos encontrados em falta, falhamos com a nossa responsabilidade, deixamos de acatar uma orientação, não cumprimos com a nossa palavra ou compromisso e etc. Momentos em que somos expostos como errados e faltosos diante dos outros. E qual é a nossa reação interna? Qual o sentimento real que manifestamos no interior? Qual a posição que tomamos para conosco mesmos e para com os outros em questão? O que reivindicamos a nosso favor como autoproteção? Como respondemos quando somos surpreendidos e confrontados por algum motivo?
Quando me deparei com algumas ações e reações dos meus filhos (biológicos e espirituais) para comigo, onde sou desrespeitado, agredido, acusado, desafiado, rejeitado, desprezado e enganado, sondei meu interior para ver qual seria o real sentimento e decisão a tomar, e pude ver dois caminhos:
Reescrever mais uma das histórias de ódio, revolta, separação, rejeição e abandono, histórias tão comuns e tão repetidas pelos pais em todos os lugares
ou…
Tomar a cruz, rendendo o meu ser interior em decidir ser como o Pai Eterno, sendo assim um perdoador que perdoa do íntimo, amando sempre e incondicionalmente, incluindo e aceitando o filho, sem, contudo, aceitar o pecado dele, não o rejeitando e nem o expulsando do coração por causa de suas atitudes e palavras e nunca deixando que a vingança seja o executor da autoridade, mas sim, a HUMILDADE e o EXEMPLO.
A dura realidade é discernir qual é o meu coração. É de pedra? É mesquinho? É autoritário? É superior? É vingativo? É soberbo? É orgulhoso? É injusto? É pequeno e egoísta? Este é o coração carnal e demoníaco. E de tudo isto devemos estar totalmente livres.
O desafio de Jesus continua e ecoa a cada dia para todos que querem ser bons pais espirituais como ele é:
“Aprendei de mim que sou manso e humilde e coração” (Mateus 11.29).
Sim, Senhor, eu te peço, dá-me um coração igual ao teu!
Por Nilson Ferreira
Artigo extraído do site http://www.adorar.net/noticia.asp?codigo=955&COD_MENU=120