Todos nós, como homens e mulheres normais, temos algo que nos cativa a sermos diferentes, temos algo dentro de nós que nos faz querermos ser lembrados por algum ato, por alguma descoberta ou por simplesmente algum conhecimento diferenciado.
Queremos deixar marcas no mundo e escrever nossos nomes na história, queremos ser eternos, mesmo que nossos corpos não o sejam, queremos deixar uma marca que se postergue mesmo até onde nosso fôlego de vida não consiga ir, queremos deixar uma marca, fazer diferença aonde formos e queremos ser lembrados.
A Bíblia nos relata, no livro de Eclesiastes, que foi o próprio Deus, nosso Pai e Criador, que colocou esse desejo, esse anseio pela Eternidade em nossos corações e por isso buscamos algo que nos faça marcar, carimbar a história.
Mas o que fazer para marcar a história? O que fazer para sermos lembrados? Como eu, um simples jovem que nenhum talento excepcional tem, posso fazer para obter a rememoração eterna, obter a lembrança de meus atos e marcar vidas, mesmo que a minha própria vida já se tenha extinguido?
Foi isso que encontrei hoje, ao ler a Palavra de Deus.
“Foi este Aná que descobriu as fontes de águas quentes no deserto, quando levava para pastar os jumentos de Zibeão, seu pai.” Gn. 36:24
Na Bíblia existem certas partes que geralmente costumamos pular, geralmente são os nomes das famílias, os nomes de todas aquelas pessoas que para nós nada mais significam do que meras genealogias para que o povo semita e árabe se identifique, vendo quais são as raízes de suas árvores genealógicas.
Porém, sempre no meio dessas genealogias existem alguns nomes que se destacam, alguns nomes que são lembrados por alguma coisa, alguns homens e mulheres que fizeram, descobriram ou viveram algo que fizeram com que seus nomes ficassem marcados na história.
E é sobre isso que gostaria de falar.
Aná era um homem de Seir, terra onde os descendentes de Edom (nome pelo qual Esaú, irmão de Jacó ficou conhecido) se fixaram.
Aná era filho de Zibeão, um dos líderes da Região de Seir, região que tinha o nome do pai deste Zibeão, Seir.
Aná não tinha nada para se destacar no meio de sua árvore genealógica e certamente, se não fosse pela descoberta das fontes de águas no deserto, seu nome seria um sinônimo de “filho de alguém e pai de alguém” e não teria nenhum significado para nós, hoje em dia.
Porém Aná ficou reconhecido e até hoje é lembrado em nossa Bíblia como o “homem que descobriu as fontes de águas quentes no deserto, quando levava para pastar os jumentos de Zibeão, seu pai”.
Mas qual a relevância dessa descoberta para que ele seja lembrado até hoje, no que descobrir essas fontes foi tão memorável a ponto de ser lembrado por nosso livro que é regra de toda nossa Fé e Prática, seguido por diversas religiões no mundo e usado como argumento histórico-científico por diversos estudiosos?
Como Aná conseguiu ter essa rememoração imensa, de dimensões mundiais? O que nós podemos fazer para alcançar a mesma lembrança que Aná teve para nossas futuras gerações? Como podemos ser lembrados como Aná foi?
O segredo de Aná, o segredo para que ele fosse lembrado e que seja lembrado até hoje, foi justamente a segunda parte do versículo:
“quando levava para pastar os jumentos de seu pai”
Aná era provavelmente um homem do campo, das montanhas, um homem de poucas, mas vitais responsabilidades, ele cuidava do rebanho de seu pai, talvez fosse um pastor, mas o que se sabe era que ele estava cuidando das suas responsabilidades comuns, estava dando alimento a uma parte preciosa do rebanho de seu pai, a parte responsável por levar as cargas dos homens, a parte responsável por carregar mulheres, crianças, a parte responsável pelo peso e dificuldade das viagens.
Amados, nós muitas vezes nos esquecemos que também temos um Pai, um Pai Celeste, que também tem suas posses sobre a terra e ao nosso redor, nos esquecemos que nosso Pai Celeste tem um rebanho imenso que precisa ser cuidado e que nós, como detentores das Verdades de Cristo e como Sacerdotes da Nova Aliança em Cristo Jesus, temos que cuidar do rebanho de nosso Pai, temos que cumprir assim como Aná a nossa responsabilidade de zelar para que o povo de Deus, seu rebanho, seja bem alimentado e bem cuidado.
Nossa responsabilidade como cristãos é crescermos na Fé, na Palavra e na oração de tal maneira que possamos ajudar uns aos outros, de forma que possamos com o amor que vem direto de Deus ajudar ao nosso próximo em suas dificuldades físicas, emocionais, espirituais e até mesmo profissionais.
Nós temos que ser responsáveis uns pelos outros, ajudarmos uns aos outros, se um cair ajudá-lo a se levantar, se as cargas de uns estiverem mais pesadas, temos que ajudá-los a carregar aquele peso, se estiverem com sede, temos que lhes dar de beber, se estiverem com fome, temos que lhes dar de comer.
E quando fizermos isso, quando amarmos o nosso Deus, quando tivermos compromisso com Deus a ponto de cumprirmos as nossas responsabilidades como cristãos, quando cumprirmos plenamente o nosso Chamado e nosso Propósito, de ir, pregar o evangelho, ensinar, discipular, estarmos juntos em amor, então o que aconteceu com Aná acontecerá em nossas vidas.
Descobriremos uma fonte em meio ao deserto, descobriremos em meio à nossa vida atribulada e sem sentido, em meio à nossa vida vazia e fútil, águas, águas que simbolizam o amor de Deus por nós, amor que faz com que nossas vidas sejam transformadas de tal forma que faremos diferença por onde quer que andarmos, amor que faz com que, através de Cristo, sejamos salvos e ganhemos a vida eterna, amor que nos atinge de tal forma e faz com que preguemos o Evangelho de Cristo e assim mais pessoas possam alcançar a Eternidade.
E assim seremos lembrados, porque nossas vidas gerarão mais vidas, nossa descoberta, que é Cristo em nós a Esperança da Glória e Vida Eterna, gerará uma profunda mudança no mundo e meio onde vivemos.
Faça a sua parte, cumpra suas responsabilidades, cumpra sua rotina com amor e dedicação, para que você possa encontrar em meio ao deserto esse Rio de Amor, essa Vida em Cristo, e assim seja lembrado para sempre.
Que Deus o abençoe!