Indagado sobre algo lícito, mas que não me convinha, e que estava entre nós, fui levado a fazer uma viajem no mundo espiritual e nas práticas diárias.
Todo “humanóide” têm uma necessidade no seu âmago de se adaptar, adequar à realidade, em outras palavras, acostumar de forma que aquilo, ou aquele ambiente, não mais o incomode.
Quando penso nessa adaptação, logo me vem à mente a famosa caça aos gansos. Nas regiões onde essa caçada acontece, as estratégias e maneiras que ocorrem nos ensinam algumas lições.
As principais armas de um caçador de gansos são: – O uso de chamas, de vários modelos, desde as simples silhuetas até sofisticadas chamas denominadas full body ou, corpo inteiro, que é a exata reprodução realística de um grande ganso. – A camuflagem, feita dias antes do ataque, afim de habituar as aves com a armadilha, de modo que elas se sintam seguras de que naquele local existe realmente uma “árvore” passível de servir para descanso, pois outros gansos, que na verdade são imitações, são vistos constantemente ali, e o apito, que reproduz o grasnar (som emitido pelo ganso). Essa conjunção forma uma boa atmosfera nas proximidades, capaz de fazer com que o bando resolva baixar das nuvens, onde geralmente voa, para dar uma olhada naquele grupo de co-irmãos, e posteriormente, aproxime-se desses.
Até que o dia da caçada chega, e os gansos, já acostumados, pousam na camuflagem normalmente, sem qualquer receio, e assim, entram em ação as armas de fogo, dando uma última e dura lição para as aves: “nem tudo que parece é seguro”.
Na cotidiano espiritual, o propósito do inimigo é fazer com que, primeiramente acostumemos, e que venhamos a andar de “mãos dadas com a tentação”, bem próximos, a ponto de pensarmos que a qualquer momento nos desprenderemos daquele “pecadinho” e seguiremos em frente. Mas, habituar-se com a perdição não é a melhor forma de resisti-la pois, como a serpente, certamente a ora do bote chegará, e daí, se estivermos familiarizados, só saberemos que era armadilha quando formos feridos.
O final da oração que o Mestre da sensibilidade nos ensinou, diz: “não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal” (Lucas 11:4). Ele sabia que acostumar não é a melhor opção, e já nos ensinava a antecipar o pedido de livramento.
Nunca se acostume com a tentação, que pode ser um romance extra conjugal, uma mentirinha, uma negociação, sexo, sites, um cigarro, trapaça e muitas outras atitudes que, como todo pecado, separa o homem de DEUS.
Resistir ao diabo significa, quando afrontado, não ceder. Não brinque com fogo, a “tentaçãozinha” poderá levá-lo ao óbito espiritual.
Entretanto, se caído, lembre-se: “se confessarmos os nossos pecados, Ele é FIEL e JUSTO para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João 1:9).
Maior é o Deus que venceu todas as tentações e nos disse que esses sinais, que também significam vitória na hora da tentação, seguiriam aos que crêem.
Portanto, não acostume, resista.
Marciano Rogério
Correspondente Gospel+