A própria Palavra de Deus é positiva e negativa. Primeiro temos a lei (negativa) no Velho Testamento e depois a graça (positiva) no Novo Testamento. Sem entender a lei não vamos experimentar a graça, porque sem lei nem sentimos necessidade dela.
Nossa cultura é contra a lei
Nossa cultura é dominada pelo príncipe deste mundo e ele tem um plano de subverter o reino de Deus que exige autoridade. A estratégia de Satanás é tirar a autoridade de Deus, colocar anarquia (falta de governo ou chefe) para no fim implantar seu próprio sistema. Esta guerra contra autoridade começou desde o início no Éden. Deus falou: “Não comerás deste fruto” e Satanás disse: “Será que Deus quis dizer isto mesmo? Pode comer, vai ser bom para você” . A psicologia moderna, por exemplo, afirma que não existe pecado e que o homem é inerentemente bom. Só precisa de um ambiente certo onde possa fazer sua vontade, sem restrições, com amor e liberalidade. Mas isto não está funcionando porque as escolas estão produzindo alunos cada vez piores. Li num artigo na revista “Time” que nos Estados Unidos as pessoas estão saindo do segundo grau sem saber ler corretamente. Isto porque a educação moderna não enfatiza disciplina mental nem moral. Permite ao aluno fazer a sua própria vontade.
Nós como cristãos precisamos estar alerta, pois esta filosofia contra autoridade e disciplina tem invadido todos os meios de comunicação e educação – rádio, televisão, escolas e igrejas. Nossos filhos, por exemplo, vão para escola e aprendem diariamente princípios contra a Palavra de Deus. Recentemente uma pesquisa nas escolas primárias dos Estados Unidos constatou que está sendo suprimido dos livros de estudos sociais toda referência sobre Deus e religião na história da formação da nação. Isto mostra como é firme e sutil a estratégia de Satanás, pois religião foi fundamental na formação da nação americana.
Precisamos ir contra esta corrente que ensina que amor, tolerância e permissividade são as coisas certas. Precisamos aprender o significado da palavra “não” e usá-la com autoridade na criação de nossos filhos.
O Princípio da Cruz – Quebrantamento da Vontade
Este princípio é fundamental para a formação do caráter de nossos filhos. Temos de entender que o homem caiu, e mesmo sendo nenê sua natureza não presta. É egocêntrico e vai ficar cada vez pior se não experimentar o “não” da lei. Se Deus, que é o modelo de toda paternidade, enviou Seu Filho para morrer na cruz, negando Sua vontade, nós também temos de criar nosso filhos quebrando-os para a salvação em Cristo que exige a morte de nossa vontade para a aceitação da vontade de Deus. A criança não tem força sozinha para negar sua vontade. Precisa de nossa ajuda e autoridade assim como nós precisamos de Cristo para nos salvar de nossas carnalidades e egoísmos. Se pensamos que estamos fazendo um bem deixando-a fazer o que quiser, estamos enganados. A pessoa mais miserável que existe é a que faz sua própria vontade, pois a vontade do homem caído leva para a perdição. Você já reparou que uma criança que faz o que quer não é feliz? Está sempre chorando, fazendo birra, insatisfeita e inquieta. Ao passo que uma criança que conhece autoridade é mais calma e está sempre querendo fazer algo construtivo.
O Amor vem da Autoridade
A base do verdadeiro amor é a autoridade que vem da lei. Sem lei não há autoridade, sem autoridade não há segurança, e sem segurança não há amor. O fator negativo é necessário para produzir o positivo. O amor que deixa a criança fazer o que quer não é amor. Ela tem necessidade de conhecer seus limites e saber o que é certo e o que é errado. A criança que faz o que quer não sente segurança. No fundo sua consciência a acusa de que está errada, mas sem a autoridade dos pais não consegue parar de fazer aquilo. Os pais não se sentem bem com ela e nem ela os respeita, e ambos acabam ficando frustrados. E num ambiente assim o verdadeiro amor não pode fluir, mas se tem autoridade no lar todos sentem paz porque a coisa certa está acontecendo, e assim o amor pode fluir.
Gálatas 3:23 e 24. Vemos aqui que antes de mostrar sua graça e misericórdia Deus deu a lei. “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei… De maneira que a lei nos serviu de aio (preceptor de crianças ilustres ou ricas) para nos conduzir a Cristo.” Sem a lei não podemos entender e aceitar a graça. Sem a lei somos “bonzinhos” e bonzinhos não precisam da graça de Deus. A lei é necessária para mostrar nossa situação e necessidade da graça. No contexto da formação da família poderíamos interpretar o versículo 23 assim: “Antes que venha a graça no lar, devemos disciplinar nossos filhos na lei, para que mais tarde possam entender e aceitar a graça de Jesus Cristo” . Este é um princípio muito firme que precisa operar nos lares cristãos. Não podemos pensar que nossos filhos entendem a graça. Nem nós ainda entendemos bem, quanto menos eles.
Os pais são representantes da autoridade de Deus para os filhos. Têm a função de aio até o tempo da graça lhes ser revelada. Sempre falei com minha família: “Se a graça não funciona, a lei vai funcionar. Se você não quer fazer isto pela graça, vai fazer pela lei”. E isto funciona porque acaba com a indefinição. Não pense que estou desprezando a graça de Deus. Eu creio nela e à medida que usei a lei com meus filhos ensinava-os sobre a graça e o amor de Deus e a possibilidade disto acontecer. Porém, não creio em anarquia que dá lugar a Satanás para se aproveitar do amor de Deus e deixar as pessoas fazerem o que quiserem. Enquanto não entende a graça, a criança precisa de definição, de autoridade. E através da autoridade dos pais ela vai entender como Deus é e estará sendo preparada para conhecer a Cristo e o Seu amor. O amor e alegria verdadeiros fluem de um ambiente com ordem e princípios, e não com anarquia.
É claro que só o lado negativo não vai resolver tudo; no final o positivo e o negativo precisam ser equilibrados. Mas em nossa época o positivo tem sido tão enfatizado que torna-se necessário entender bem o negativo para aproveitar o positivo.
Artigo extraído do site www.preciosasemente.com.br