É de se supor que o médico tenha estudado profundamente os tratados de medicina, e que se mantenha atualizado em suas leituras, para que possa exercer adequadamente a sua profissão.
Todavia, não se espera o mesmo dos seus pacientes. Isto se aplica ao estudo de todas as demais áreas do saber humano, especialmente no que tange à formação profissional. Não se deve esperar menos daqueles que são chamados por Deus para o exercício do ministério da Sua Palavra.
Como seriam bons ministros sem conhecê-la da forma pela qual convém ser conhecida? Por isso deles se espera que sejam aplicados no estudo da Bíblia e de tudo o mais que se refira ao exercício do seu ministério. Contudo, como no respeita aos ofícios seculares, não seria de se esperar o mesmo dos cristãos que foram chamados para estarem sob o ministério destes que foram constituídos bispos de suas almas (Atos 20.28).
Por isso nos diz o apóstolo Paulo que não usava de sublimidade das palavras e nem da sabedoria humana que ele bem conhecia, na ministração do evangelho. Afinal o médico apenas diagnostica o mal e prescreve o remédio, mas não exige do doente o conhecimento de todos os fundamentos da ação que ele bem conhece. Mas, quando reunido com outros médicos, sente-se à vontade para trocar informações sobre aquelas coisas que aprendeu por longo tempo e com muita dedicação. E isto também fazia o apóstolo, quando se encontrava entre outros mestres do evangelho como ele.
Peçamos então sabedoria a Deus para ministrarmos o evangelho, sem nos valermos de especulações filosóficas, argumentos persuasivos humanos, ou qualquer outro expediente no qual o foco fosse a mera exposição do nosso conhecimento, e não o esforço para conduzirmos pessoas a terem um encontro pessoal com Cristo.
“ Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;” (I Coríntios 2.1-8)