“É na vossa paciência que ganhareis as vossas almas” (Lucas 21.19)
Provavelmente, esta seja a virtude que mais necessitamos para tocar a vida num mundo como o nosso, no qual a iniquidade tem se multiplicado mais do que em qualquer outra época da história da humanidade. Sem paciência não poderemos preservar a paz de Cristo em nossos corações.
Todavia, não necessitamos da paciência apenas para suportar as cargas exteriores do mundo que nos atingem, mas sobretudo, porque, sem paciência, não pode haver renúncia verdadeira, nem verdadeira submissão à vontade de Deus na adversidade, nem contentamento em toda e qualquer circunstância, nem gratidão por cada misericórdia recebida.
Como poderíamos permanecer na presença de Deus a não ser por aprendermos a ser pacientes nas aflições? E aflições são para serem esperadas, especialmente por aqueles que pretenderem seguirem fielmente a Jesus, conforme ele mesmo nos alertou quanto a isto, e pela comprovação desta realidade na experiência dos cristãos fiéis.
Daí a exortação para sermos “pacientes na tribulação” (Rom 12.12), porque isto conduzirá ao fortalecimento da fé e ao aperfeiçoamento espiritual, sobretudo no que respeita a um maior conhecimento da vontade e do poder de Deus para nos guardar e livrar.
Por conseguinte, ainda que haja este aumento progressivo da iniquidade no mundo, todavia, isto não é contra nós, mas por nós, uma vez que contribui para o nosso aperfeiçoamento na paciência cristã, e para obtermos os frutos aos quais ela conduz.
O exercício da paciência reside portanto, em suportar censura e perseguição por causa de Cristo e do seu Evangelho, e os que querem viver piedosamente em Cristo devem esperar essas coisas, uma vez que foram preordenadas por Deus em seu conselho eterno, para ser o meio de aperfeiçoamento dos santos.