Há duas escolhas em nossas vidas: o caminho que Deus traçou para nós e o caminho que Satanás deseja que sigamos.
1º) Os padrões do mundo (viver fora da dependência de Deus, ser independente)
Antes da queda, o homem vivia sobre a dependência de Deus, e tudo que o precisava Ele concedia, para que o homem cuidasse como mordomo (Gn 2:15). Deus conhece todas as necessidades do homem, tanto fisiológicas como também afetivas e emocionais (Gn 2.18). O criador conhece a criação e toda as suas necessidades e delegou responsabilidades para cuidar e administrar.
Mas a insatisfação e o desejo desenfreado pelo conhecimento do que não era devido conhecer, e questionar, gerou em si um desejo de querer, e poder, saber o por quê? Isto resultou em desobediência (Gn. 3:1-6).
Nota-se nesta passagem que a autoria do pecado não vem de Deus, e nem do homem. É algo que vem de fora mediante a serpente (Satanás).
A tentação está relacionada à dúvida relativa à palavra de Deus. No v. 1a “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” Encontramos aqui os estágios da tentação: 1º é a curiosidade e a desconfiança despertada em Eva (v.1) e 2º é a insinuação de tríplice denúncia com referência à Deus: Sua Bondade no tocante a restrição, Sua Retidão relativamente à afirmação de que morreriam (v.4) e, por fim, Sua Santidade quando Satanás assevera que ao contrário de morrerem, sereis conhecedores como Deus do bem e do mal (v.5). Esta tríplice dúvida conduz a incredulidade, que por seu turno se fecha na desobediência.
É dessa mesma forma que Satanás age nos dias de hoje em toda humanidade, colocando dúvidas de forma sutil em relação a integridade da Palavra de Deus, sua bondade, retidão e santidade, gerando assim nos corações dos seres humanos incredulidade, resultando em desobediência. Assim, o homem vive cada vez mais egocêntrico, rivais e independentes de Deus e de todos. Não é tão difícil perceber isso.
É só olhar para a sociedade que estamos inseridos nos dias de hoje. Com a luta para sobreviver, as pessoas não vivem mais, e sim lutam para sobreviverem. Esta é a lei da selva, onde os “mais fortes sobrevivem”. Os seres humanos fazem de tudo para sobreviver.
Assisti a um filme chamado “A ilha”, onde um empresário produz clones humanos para servirem como produtos na venda de órgãos para grandes milionários doentes, que correm risco de vida. De fato, esse filme chamou minha atenção, me fazendo pensar como o mundo está vivendo hoje e que não é tão difícil isso no futuro acontecer. Esse é o padrão de Satanás: que o homem se torne cada vez mais independente.
Minha preocupação é que nossas igrejas não só tem aceitado e deixado isso acontecer, como também tem escolhido viver de acordo com a sociedade e os padrões estabelecidos pelo reino das trevas.
A igreja esqueceu-se da sua filiação. Esqueceu de quem ela é dependente, e de onde vem sua dependência. Preferiu escolher viver na razão e não por Fé. Os ministros e líderes esqueceram do seu chamado e vocação, não acreditando mais no respaldo de Deus. Seu sustendo não é mais resultado de uma provisão divina e sim da função que exerce ou do cargo que ocupa dentro ou fora da igreja. Assim, deixa a vocação pela qual foi chamado para se tornar um funcionário ou um empresário religioso, procurando fazer de tudo para agradar aos homens e não a Deus. Se não bastasse, os que são ministrados cobram dos seus ministros porque eles “são pagos” para isso!
Os dízimos em vez de serem usados como prova da nossa fé, fidelidade, estabelecimento do reino de Deus e sustendo da Sua obra, através das vidas que foram chamadas para servirem integralmente, não passa de uma obrigação ou medo de não ser abençoado por Deus. Muitas vezes é destinado para construções de templos, reformas. Muitos líderes “esqueceram” que biblicamente os dízimos eram direcionados para o sustento de vidas.
As ofertas sim, elas serviam para construções e reformas. Paulo ensina um principio básico à igreja de Corintos que: quem prega o evangelho viva do evangelho. Muitas vezes ficamos iludidos com o que se prega por aí: a famosa “teologia da prosperidade”. Esquecemos que a prosperidade não é satisfazer nossos desejos e sim fazer tudo que o Pai deseja fazer por meio de seus filhos. Conhecemos esses princípios, mas não praticamos e preferimos aceitar os padrões do mundo, vivendo no medo e na dúvida.
2º) Padrões de Deus (viver dentro de sua dependência, ser dependente).
A Bíblia nos ensina que sem fé é impossível agradar a Deus, e que o justo viverá pela fé, e se retroceder Deus não tem prazer nele. (Hb. 11:6)
Em Mt. 6:25-34, Jesus nos ensina a viver de acordo com o propósito que Deus estabeleceu em nossas vidas, não se preocupando com o que vestir, comer ou beber, pois tudo que nós precisamos o Pai concede.
Quando Jesus falou aos discípulos que estava os enviando como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10:16), Ele estava declarando a dependência deles. Sabemos que as ovelhas não têm a menor chance com os lobos, mas a dependência do poder de Deus as livra de todo mal. Em Fp. 4:6-7, Paulo ensina aos filipenses a respeito da ansiedade. Paulo era um verdadeiro exemplo para eles. Mesmo enfrentando a morte de um mártir, ele não estava preocupado.
No antigo testamento encontramos a promessa de Deus para libertar o seu povo do Egito e da escravidão de Faraó (Ex 6:2-7), a peregrinação do povo por 40 anos no deserto e Deus provendo tudo que precisavam (Ex 14:15-25; 15:22-27; 16-1-26). Enfim, há várias referências de provisão de Deus no deserto. Em Isaías 58:11, Jr 31:14, Os 2:8-9, há várias promessas do Jeová Jireh (Deus da Provisão).
Eu me pego perguntando se realmente conhecemos e acreditamos na Bíblia, onde está repleta provisões que Deus realizou no meio do seu povo. Se conhecemos e ainda acreditamos, então por quê ainda questionamos? Por que aceitamos viver com os padrões que a sociedade nos ensina? Por que a igreja perdeu a fé?
O que mais me choca é que a própria igreja julga como loucos aqueles que aceitam a viver nesse paradigma de fé no sobrenatural de Deus, deixando tudo para trás: bens, posições, sucesso, dinheiro, poder, família, a fim de viver os padrões que Deus estabeleceu para seus filhos.
Podemos ser o homem mais poderoso de toda Terra, contudo seremos, de qualquer forma dependentes, seja de Deus ou do mundo. A questão é: estou agradando Deus com minha vida, ou será que escolhi viver segundo os padrões estabelecidos pelos homens? Este é um grande desafio, mas sei que este é o único caminho que nos leva agradar a Deus, “pois sem fé é impossível agradar a Deus”.
Eu sei que o Senhor nunca me deixa só. Preciso depender dEle como criança em Seus braços, como criança em Seu colo, eu dependo de Ti. Só o Senhor me satisfaz e nada é mais importante na minha vida, a não ser o Senhor.
Faça essa oração, declarando sua dependência a Deus. Ore constantemente a oração que o próprio Jesus nos ensinou, o Pai Nosso, pedindo a provisão de cada dia.
Por Boanerges Junior – CASA de DAVI
Artigo extraído do site www.paixaofogoegloria.com.br