Pior do que o erro é a omissão do erro. Em poucas experiências onde tive sob minha responsabilidade pessoas, pude notar isso. Errar é uma atitude frustrante, mas comum. Omitir os erros é também frustrante, mas se torna um abismo de vexames. Muitos de nós já devem ter passado por experiências desse tipo: aquela pequena mentira contada ao chefe que se transforma numa avalanche e culmina na quebra do vínculo empregatício; exagero sobre notas escolares, que nos leva a uma frustração maior na descoberta; entre outros.
A verdade é que a omissão, fruto de nossa arrogância e prepotência, nos isola e traz para nós todos os frutos maléficos daquele erro quando, se o expormos, podemos compartilhar com alguém o sofrimento e sermos ajudados. Se uma pessoa sob minha responsabilidade errar, eu a ajudarei, se ela o omitir, não posso fazer nada. Essas e outras situações cotidianas me levam a meditar sobre esse assunto, mas nenhuma é tão séria quanto o problema do pecado, descrito na Bíblia:
Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Sl 32.3-4
O pecado podemos ilustrar como uma doença, assim como o salmista o fez. O pecado nos corrói, nos destrói por dentro e por fora, nos deixa impotentes, fracos. Não conseguimos sair de tão grande mal. Somos incapazes contra ele, precisamos de ajuda! Quando há pecado em nós, nos tornamos inconvenientes perante o Deus onipresente. E, se Deus é onipresente, nos afligimos sabendo que Ele nos vê em pecado e o pecado nos afasta dEle. Assim somente nos resta gemer em nossa agonia espiritual. Mas o que fazer para sair dessa agonia, se sabemos que ocultar os pecados somente nos deixa mais doentes e sozinhos? A Bíblia nos responde:
Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. Sl 32.5
Somos arrogantes quando guardamos o pecado em nossos corações. Por nossa ilusão de sermos justos e corretos nos tornamos altivos e não queremos confessar à Deus nossos pecados e injúrias, porque achamos que iremos nos livrar desses pecados sozinhos. Desmerecemos a ajuda do Senhor e queremos andar pelas próprias pernas.
Mas a verdade é que quanto mais escondemos o pecado de Deus – que na verdade não é escondido, pois Deus sabe de todas as coisas – mais peso tomamos sobre nós. Um peso desnecessário. Jesus Cristo, quando morreu por nós na cruz, tomou o peso de nossas mãos, para que andássemos livremente. E hoje, em nossa arrogância, guardamos esses males em nós mesmos.
O remédio contra o pecado não é meditação. O remédio contra o pecado não é auto-flagelação. O remédio contra o pecado é sinceridade. Sinceridade de que somos pecadores e que precisamos do Senhor. Sinceridade ao pedir a Deus socorro, porque não temos como fazer. E quando confessamos os pecados, ou seja, quando somos sinceros, o Senhor nos perdoa e livra-nos do peso terrível do pecado. Seja sincero e liberte-se do pecado que tão arduamente te persegue.
Que Deus o abençoe!