Por: Jesse Silva
Li uma história muito interessante sobre os mártires da igreja primitiva. Fiquei pensando sobre eles e comparando com a igreja de nossos dias. Não negar a Cristo era a palavra de ordem entre nossos irmãos sofredores. Eles estavam decididos a perder a própria vida em prol da vida eterna garantida por nosso Senhor Jesus Cristo.
Ia ficando cada vez, mais vermelho de vergonha a medida meus olhos iam passando pela história a ponto de pensar que hoje podemos está vivendo um engodo, um infeliz engano; talvez pensando que talvez estejamos esperando imaginar que; Ao invés de um cristianismo legitimo e real, o que há na verdade é um Disneynismo (uma junção da Disney do Miquey com cristianismo), ou quem sabe participando de uma atividade lúdica com nossos filhos dentro dos templos acondicionados e cheios de pompa que estão erguidos às centenas nas grandes cidades de nosso abençoado país. As estrelas do evangelho estão recebendo os aplausos pela boa atuação frente aos debates a que são desafiados. E a impressão que temos é que eles são o centro de tudo. E alguém empolgado com o oba-oba de tanta repercussão, ainda sugere um novo embate para ver quem nocauteia melhor, se Deus ou o diabo.
Aí, me vem a lembrança que alguém leu em algum lugar que a saudosa e inesquecível Madre Tereza de Calcutá, certo dia, entrevistada por um repórter, foi inquirida a falar do sucesso de suas ações. E a humilde freira não se exaltou com tamanha chance de se gloriar e falou:
– Deus não me chamou para fazer sucesso! Deus me chamou para fazer uma obra!
Essa capacidade de se despir das vaidades que o mundo moderno proporciona a alguns mortais de fazer sucesso junto a outros igualmente mortais, nem que seja por uns dias ou meses e até mesmo por alguns anos é algo que vai de encontro com o que de mais importante se pode aprender com o Cristianismo, seja ele o de hoje ou de ontem. Nossos irmãos primitivos na verdade eram maltratados, humilhados, açoitados, e se tornavam refeição de leões e ursos famintos e ferozes que lhes rasgavam a carne enquanto uma plateia de idiotas se deliciava por vê-los perecer por um motivo simples: “Não abriam mão de colocar em evidência a sua fé que na verdade estava acima da vida e também da morte”.
Eles entendiam que o centro das arenas de Roma não era nada comparado ao Cristocentrismo que eles aprenderam a valorizar com os apóstolos. Eles sabiam que Cristo era o centro real de tudo aquilo que estava acontecendo ali. Não havia motivo para festa. O que existia eram lágrimas derramadas de filhos, pais, mães, irmãos amigos, etc.
Conta-se a história de uma moça que tinha por nome, Tamar.
Tamar foi levada ao centro de uma das arenas e com ela um jovem por nome, Yeshuah Ageumh.
Um dos verdugos dizia a menina:
– Negue a seu Jesus e eu não deixarei que os leões ti devorem menina. Você deverá dizer apenas assim: – Ave Cezar! E tudo ficará bem.
A resposta de Tamar veio em forma de canção: – Jesus! Jamais ti negarei! Recebe o meu espírito assim como um dia recebeste o espírito do nosso irmão Estevão.
O rapaz que estava no centro da arena ao lado de Tamar soluçava sem parar e ela dizia:
– Não chore menino! Louve ao Senhor! Logo, tudo isso vai passar e estaremos bem!
O menino obedeceu ao pedido de Tamar e começou a cantar uma canção que ele aprendeu com sua avó quando ela o ensinava a usar um lagar que seu pai havia construído para a família e que ficava na parte lateral de sua casa em Nahim, aquela cidade que Jesus um dia ressuscitou outro menino. Soluços misturaram-se a bela canção de louvor.
A ordem foi dada; logo um gladiador Egípcio levantou um gradeado pesado que estava junto a um dos muros do coliseu e dali logo saiu o primeiro leão esfomeado. Uma jaula enferrujada foi aberta e de lá saíram mais dois leões ferozes e furiosos. E os jovens cristãos, entre o pavor e a alegria de morrer por conta de sua fé aproveitavam para terminar a canção da vovó de Nahim. Não demorou muito e os dois foram mutilados pelas feras que não deram atenção aos gritos de satisfação da multidão de mortos de fome que parecia não ter o que fazer a não ser assistir a mais um show de terror a céu aberto. Para que o inferno tremesse de terror.
O que me chamou a atenção nessa história foi um detalhe que me deixou ainda mais vermelho de vergonha desses heróis da fé.
Tamar! Era Judia! Seus tataravôs pertenciam à tribo de Judá, e quando ainda era uma criança, seus pais lhe contaram que: a tribo de Judá, quando ia para as batalhas, levava a frente de seu exercito, um estandarte que tinha estampado exatamente a figura de um leão. E Tamar acostumou-se a ver na entrada de sua casa em Jerusalém, que, um velho, porém, conservado estandarte com a figura do Leão de Judá ornamentava a varanda.
O que os verdugos e a plateia que assistiram e participaram daquele embate entre os “leõezinhos” e os “cristãozinhos” naquele dia não sabiam era que a jovem Tamar não temia leões. Leão para ela não significava ferocidade e vontade de matar. O Leão que Tamar conhecia era poderoso, imbatível, forte nas batalhas.
Se fosse possível imaginar o último pensamento da menina judia, descendente de uma das tribos mais valentes que existiu em Israel eu arriscaria a pensar que a nossa heroína encarou olhos nos olhos de cada um daqueles leões e disse:
– Levem-me pequenos bichanos para o meu Leão. Levem-me para o meu Leão de Judá. Levem-me e com muito cuidado porque eu vou contar para o meu Leão de Judá tudo o que vocês fizerem comigo. Levem-me agora. Levem-me a mim e Yoshuah! Levem-nos!
E assim foi! E assim suas almas se foram! Sem holofotes, sem estrelismo, sem piedade, sem oba-oba.
E o centro de tudo jamais poderá ser alguém que imagina que pode fazer sucesso em nome de Deus. Porquê o Centro de tudo é Cristo. Assim ensina a história.
O Centro de tudo é aquele que vive e reina para sempre. Cristo Jesus! Amém!
A glória é Dele! Tudo tem que ser para Ele! A glória é Dele! Ele é o Centro de tudo! O leão de Judá! Jesus! O Leão de Tamar.