Quem nunca esteve no deserto? Não raro, muitos de nós já estivemos, estamos ou ainda estaremos num, em algum momento de nossa caminhada com Deus, sendo tentados, provados. E a questão que surge é essa: Como agir em meio ao deserto? Vejamos como Jesus agiu.(Leia Mateus 4: 1 a 11)
O primeiro ponto a ser destacado diz respeito à nossa dependência de Deus. Nos versos 3 e 4 vemos Satanás tentando a Jesus na Sua dependência a Deus. “…Se tu és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”. Ele tinha o poder para tal. Contudo, Ele assim não agira porque não só estaria fazendo o jogo do diabo, como também estaria deixando de ser dependente de Deus, o Pai, e estaria agindo à Sua própria maneira, à Sua própria força.
E é curioso perceber que Jesus fora tentado justo naquilo que tinha familiaridade.
No deserto, assim como foi com Jesus, somos tentados a confiar no nosso próprio braço, na nossa própria força, naquilo que somos capazes de fazer por nós mesmos. Note também que o diabo foi tentar Jesus naquilo em que Ele era bom: em realizar milagres. E o diabo quer justamente nos tentar naquilo em que somos “bons”. Quem sabe na música e no ministério de louvor em que atua, no ministério da Palavra, nos seus dons e talentos?!…
Há de se notar também que o diabo transportara a Jesus a um local onde havia mais gente na cidade, ou seja, no Templo, no ponto mais alto. Jesus sabia da intenção do diabo. Qual foi Sua resposta a ele? “Não tentaras ao Senhor teu Deus”.
Quando temos o temor de Deus, não usamos da unção que nos foi derramada para manipular as pessoas e ser aceito por elas.
Outro ponto que se destaca na tentação de Jesus no deserto é que Ele fora tentado na Sua paternidade. Para ser mais exato, na sua filiação. “Se tu és Filho de Deus..” Quantas vezes, em meio ao deserto, em provações e lutas ou quando a cruz está agindo, sutil e sagazmente ouvimos o diabo sussurrar em nossos ouvidos e mentes: “Se você é filho ou filha de Deus, por que está passando por tudo isso?” “Está vendo? Seu Pai não te ama. Veja agora o que está fazendo contigo. Se você fosse filho ou filha de Deus, não estaria nessa”.
Qual tem sido nossa reação diante disso? Claro que não fora apenas na Sua dependência de Deus ou na Sua filiação que Jesus fora tentado, mas na Sua fé. Ou seja, naquele deserto Jesus também fora tentado a buscar uma saída rápida para a situação. Já escutei de gente – crente – que, numa situação difícil, em crise financeira, enfermidade, em meio a cruz que começou a se manifestar, resolveu procurar ajuda em um centro espírita, em outros deuses, quando só o Senhor poderia ajudar.
É uma situação extrema, claro, mas ilustra bem o que quero dizer. É triste quando não confiamos em Deus e no que Ele está fazendo.
Meus irmãos, permitam-me dizer-lhes algo. É o Espírito Santo quem os está conduzindo ao deserto. E quando ele leva, ele vai à frente para sustentar, para bancar, para te segurar. E, creia, você vai passar dessa, vai sair dessa. O Senhor é com você. “Tende bom ânimo. Eu venci o mundo”, foi o que disse Jesus. E o Espírito Santo proporciona situações onde temos de decidir se somos ou não homens ou mulheres de Deus.
Dependa sempre dEle e não na força e seu braço. Esteja convicto de sua filiação em Cristo. Jamais busque atalhos para o seu deserto. E seja sempre conduzido pelo Espírito. Pois num deserto ou num oásis, numa batalha ou em Canaã, uma certeza é real: VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ.
Nívea Soares
Artigo extraído do site www.diantedotrono.com.br