Não sei quem já teve essa experiência, ou quais pais falavam isso para seus filhos, mas uma coisa que tenho por certo é que quando nós, crianças, filhos, adolescentes, chegávamos perto de alguém que não tinha bons modos, ou falava muitos palavrões, era mal-educado com os pais, nossos pais nos faziam nos distanciar dessas pessoas, para que não “pegássemos os maus-hábitos”.
E isso é muito bem traduzido naquele ditado, que diz: “dize-me com quem andas e te direi quem és”.
Na verdade, cada um de nós sofre um pouco da influência que o ambiente proporciona, por mais que tenhamos nossos aspectos morais e nossos conceitos próprios, se não começamos a fazer e imitar as atitudes erradas, pelo menos as consideramos como “não tão erradas”, ou comuns.
Veja só, ao assistirmos tv não achamos mais que os assassinatos sejam “uma coisa horrível”, mas hoje consideramos que é algo normal, não ficamos impressionados quando alguém morre na tv e ainda existem rodas de discussão que dizem: “tal ladrão ou assassino deve morrer”. Porque a morte é tão comum para nós que já não mais pensamos nela como um absurdo, mas a aceitamos e até sugerimos a uns e outros, sem arrependimentos ou remorso.
A verdade é que somos, sim, influenciados pelos hábitos das pessoas que estão ao nosso lado, se ouvimos muito um palavrão, ainda que achemos feio e errado, hora ou outra em um excesso de nervosismo acabaremos o citando, como escape de nossa fúria e isso de fúria em fúria se torna normal e já não achamos mais “tão errado”, fazermos tal e tal coisa.
“Não procedam como se procede no Egito, onde vocês moraram, nem como se procede na terra de Canaã, para onde os estou levando. Não sigam as suas práticas. Pratiquem as minhas ordenanças, obedeçam aos meus decretos e sigam-nos. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.”Lv.18:1-4
O povo de Israel ainda era uma nação nova na época em que recebeu as leis de Moisés, como essa descrita acima. Eles ainda não tinham um pleno conhecimento do certo e do errado e estavam saindo de um país com costumes contrários à vontade de Deus.
E então o Senhor vem e os ensina, que não devem se misturar, como um pai ensina um filho, o Senhor diz para que não se misturem os costumes e aqui, neste capítulo, estava falando principalmente da imoralidade sexual, que era praticada nos países da época.
Amados, hoje nós vivemos uma situação totalmente parecida com a do povo de Israel, nós olhamos para qualquer lado e vemos imoralidade, vemos jovens se prostituindo, o adultério é comum, as aberrações sexuais também são notáveis de longe.
Pessoas dizem com orgulho os pecados que cometeram, mentiras, dolo, adultério, fornicação, bebedeiras, orgias, maledicências, assassinatos, todo o tipo de imoralidades é permitida, aprovada e ainda motivo de orgulho para os que as praticam.
Nós somos novos e nossa nação, a nação de Cristo, acabou de sair do mundo, acabamos de aceitar a Cristo – metaforicamente se falando – e acabamos de sair de um mundo que era, assim como o Egito, cheio de suas imoralidades e viveremos no presente e no futuro com uma nação que ainda mantém esses costumes mundanos e pecaminosos.
Mas não devemos nos contaminar!
A sociedade é suja, aceita o pecado com gosto e prazer, mas nós não podemos aceitar! Temos que fugir da imoralidade sexual, das fornicações, da mentira, do leito com mácula, do adultério, do engano, da cobiça, da vingança, temos que fugir disso!
Deus hoje nos diz que devemos sair desse caminho de impureza, ainda que pequemos hora ou outra – e não somos hipócritas ou mentirosos para dizer que não pequemos – mas temos que nos distanciar dessas paixões da carne, pois quando fazemos tais coisas saímos da vontade de Deus e o desagradamos, o ofendemos e pecamos contra o próprio Senhor.
Hoje tenho visto jovens, adolescentes, crianças e até mesmo adultos e anciões de igrejas dizendo que tais e tais pecados não são tão ruins, pois não há pessoas que não os pratiquem.
Eles estão certo, todos nós cometemos pecados, mas os pecados continuam sendo ruins e também isso não quer dizer que não devamos fugir dessas impurezas, não significa que, por termos a Cristo, que iremos pecar, de forma alguma! Temos que nos manter puros, não por obrigações ou por medo de não termos vida eterna, mas por amor a Deus, que nos chamou, nos escolheu e nos deu o seu Espírito, para que enfrentemos e vençamos essas tentações.
Tem sido pregado um evangelho por um lado que é legalista, proíbe atos e ações e por outro lado se prega um evangelho falso sobre a graça de Deus, onde tudo é permitido.
Amados, não caiamos em extremos e não nos sujeitemos aos nossos prazeres da carne, Deus nos chama a sermos santos, ainda que não o consigamos ser, mas o que importa é que nos dedicaremos a isso e quando pecarmos isso não será natural, mas nos arrependeremos.
Não podemos nos deixar cauterizar e anestesiar pelo freqüente pecado intencional, mas temos que combater o pecado para que não se torne um costume em nossas vidas.
E o Senhor nos dá a receita, nesse pequeno texto, de como conseguirmos fazer isso:
“Pratiquem as minhas ordenanças, obedeçam aos meus decretos e sigam-nos.”
O segredo para uma vida mais pura perante ao Senhor é praticarmos as Suas palavras, ainda que nos sejam difíceis, ainda que nos sejam duras e pesadas. O segredo é seguirmos a Bíblia e o que ela diz.
A Bíblia, o manual de vida, nos foi dado para que não pequemos e isso que João diz no capítulo 2 de sua primeira carta, ele diz que escreve para que não pequemos, mas se pecarmos o nosso Advogado é o Senhor Jesus.
Mas o propósito é sempre de não pecarmos, pois a Bíblia diz que se pecarmos deliberadamente, com o conhecimento da verdade, já não nos resta sacrifício pelos nossos pecados.
Deus nos ensina que não devemos nos contaminar com o mundo ao redor, que não devemos nos guiar pelo que ensina esse mundo daqui, porque na verdade, quando temos a Cristo, já não pertencemos mais a esse mundo, somos cidadãos do Reino de Deus e como tais, devemos seguir seus conceitos morais.
O cristianismo é uma total contracultura cristã, como muitos escritores escreveram, ao invés de nos vingarmos, como o mundo ensina, devemos amar nossos inimigos e orar por eles; ao invés de desejar o adultério, devemos amar nossas esposas; ao invés de nos separarmos, devemos lutar para termos uma relação de uma vida toda em amor; ao invés de dar algo pedindo em troca, damos e nem mesmo contamos à nós que doamos.
Essa é a cultura, essa é a tradição de para onde você – que tem a Cristo – vai. Por isso, se acostume a amar, se acostume a ser humilde, se acostume a ser como Cristo.
Não imite seus amigos, mas imite a Cristo, autor e consumador da nossa fé.
Que Deus o abençoe!