Penso que a maioria de nós, senão todos, já puderam experimentar durante nossas vidas alguma viagem. De férias ou a trabalho todos nós já tivemos que percorrer uma longa distância, guiada por um objetivo principal.
Se nossa viagem é de férias nós temos o objetivo de nos divertirmos no lugar para onde estamos indo ou simplesmente temos o objetivo de descansar, se nossa viagem é de trabalho nós temos que cumprir alguma missão profissional, atender um cliente, vender algum produto, consertar ou fazer manutenção de alguma coisa, mas todos nós hora ou outra de nossas vidas temos que percorrer uma longa distância: temos que viajar.
Porém existe algo em nossas viagens, jornadas ou até mesmo ao percorrermos uma longa distância que nos faz mal e esse mal é o cansaço que tais viagens nos causam, às vezes temos um problema profissional imenso para resolvermos em uma cidade distante da nossa, então, além de termos que resolver o problema temos que tomar cuidado para que o cansaço não nos afete, deixando-nos mais nervosos para resolver aquilo e deixando o ambiente em que trabalharemos difícil de se lidar.
Da mesma forma, quando temos uma viagem por diversão, hora ou outra nos lembramos de nossos afazeres longe dali e por causa disso não conseguimos muitas vezes nos divertir, distrair ou descansar naquela viagem, tornando a jornada um enfado.
A verdade é que sempre ao percorrer longas distâncias estamos fadados a tal elemento agravante, o cansaço, que vem para destruir e causar até mesmo intrigas entre aqueles que viajam juntos, quem nunca brigou com seu irmão em uma viagem, ou com um amigo próximo e até mesmo com um chefe?
E é sobre isso que gostaria de falar:
“Depois despediu-se dos seus irmãos e, ao partirem, disse-lhes: “Não briguem pelo caminho!”. Gn. 45:24
José estava no Egito há 13 anos, ele tinha seus afazeres e suas dificuldade comuns a um governador de uma grande terra. Porém em um dia de trabalho comum encontrou alguns homens que viajavam em busca de alimento para a fome em suas terras, esses homens eram seus irmãos, aqueles que o haviam vendido 13 anos atrás por inveja de seu relacionamento com seu pai.
José os encontrou e falou com eles e até proveu o alimento, mas na primeira vez não revelou quem era, porém na segunda vez José se mostrou a seus irmãos como era, o irmão caçula daquela família.
Depois daquela comovente cena onde os 12 irmãos juntos se abraçaram e choraram pelo reencontro épico os irmãos de José foram voltar para casa, para buscar Jacó, Israel, o pai daquela família para o reencontro com o filho e foi aí que José, despedindo-se disse-lhes: “Não briguem pelo caminho”.
Amados, todos nós ao enfrentarmos uma grande jornada, ao enfrentarmos um longo caminho e principalmente um caminho com grandes emoções, como os irmãos de José tiveram ao encontrar seu irmão “perdido” no Egito, temos dificuldade de nos mantermos estáveis diante daquela situação.
Nós somos facilmente suscetíveis a brigas, a discussões, a desavenças e todo tipo de complexidades afetivas e emocionais, mas como temos lidado com isso?
Nossas vidas são como essa viagem dos irmãos de José.
Nós saímos de nossa infância rumo a uma vida adulta e ali nós enfrentamos diversos desgostos, obstáculos, empecilhos e até mesmo imprevistos, coisas que não esperávamos.
Acredito que os irmãos de José jamais esperariam ver seu irmão caçula, aquele que havia sido vendido como escravo, ali diante deles outra vez, agora como maior autoridade do Egito após o Faraó. Acredito também que a mente deles deve ter ficado confusa, sem saber o que pensar, sem saber como reagir, sem saber se seu irmão haveria de querer uma retaliação pelos maus atos deles ou uma vingança pelas coisas que lhe haviam feito.
Então além do cansaço da desgastante viagem, eles tinham que lidar com aquele sentimento de dúvida e de confusão e nessa hora foi que José disse uma frase simples, mas que mudou os rumos daquela viagem: “Não briguem pelo caminho”.
Amados, estamos enfrentando uma grande viagem, uma grande jornada e nunca sabemos quando vamos nos reencontrar com nossos erros, nunca sabemos quando e como as dificuldades aparecerão, quando a culpa tomará conta de nossos corações e quando veremos nossas falhas e dificuldades expostas para todas as pessoas do mundo.
Nunca saberemos quando nos sentiremos envergonhados por atos maus e pecaminosos que cometemos, nunca saberemos quando enfrentaremos uma situação difícil e de grande desgaste físico e emocional.
Mas amados, hoje tenho uma mensagem que a Palavra me ensinou.
Quando você estiver nessa desgastante viagem que é sua vida, quando você estiver nessa difícil jornada e além do cansaço e enfado você encontrar com problemas complexos que você não saberá como resolver, siga o conselho de José, não brigue.
Por mais que você tenha motivos, por mais que você esteja confuso, por mais que você não saiba o que fazer, por mais que pareça que você será envergonhado, por mais que seus atos pecaminosos saiam à tona e você não tenha mais como os esconder, não brigue pelo caminho, mas siga fazendo a vontade de Deus dali em diante.
Quando as dificuldades de sua viagem aparecerem, não brigue pelo caminho com seus irmãos, porque você tem uma longa jornada pela frente, faça isso e glorifique com sua vida o Nome do Senhor.
Deus o abençoe!