Motivado pela palavra de Deus em Ezequiel 22.23-31.
O profeta mostra que o povo, mesmo depois de tanta experiência de pecado e sofrimento, ainda não se purificaram diante de Deus. Por esta razão, ainda não experimentaram o consolo.
Todo o povo, desde o povão a seus líderes (governantes, sacerdotes e profetas) viviam conforme suas próprias leis e não segundo as de Deus.
Por isto, seus profetas, em lugar de cuidar das almas, devoravam-nas e lhes ofereciam falsas mensagens como se fossem verdades vindas de Deus. Seus sacerdotes, em lugar de interceder pelo povo, profanavam os santos símbolos de Deus. Seus governantes só pensam em ficar ricos. Perdidão, o povo ia no mesmo caminho, fazendo contra seus irmãos aquilo de que também era vítima: roubando e praticando toda sorte de injustiça contra os pobres .
O desejo de Deus era ver este povo (povão e líderes) convertido dos seus maus caminhos. Para isto, precisava de uma pessoa, apenas de uma pessoa, de uma pessoa disposta a reparar o muro arrebentado e ficar na passagem (brecha) intercedendo pelo povo.
Um Igreja movida pelo corpo não conhece a manifestação do Espírito Santo. A igreja precisa do Cabeça que o Senhor Jesus!
A BUSCA DE DEUS
Deus está à procura de uma pessoa digna de ficar em pé diante dele.
Esperamos que, olhando para nós, ele nos veja dignos. É com pessoas assim que Deus faz sua obra no mundo. A mensagem de Ezequiel foi para os líderes e para o povo em geral. Ele buscava uma pessoa entre os líderes e entre o povo.
Deus está chamando servos interessados em consertar os muros derrubados da igreja e em se colocar na brecha. Estar na brecha é procurar a orientação de Deus, a favor do povo e contra o inimigo que está entre nós. Deus não tolera o pecado e iniqüidade entre nós. Por isto, exige arrependimento e purificação.
O muro é a linha de demarcação entre a santidade e o pecado. O muro derrubado precisa ser reparado. Deus nos quer reparando este muro. Se estiver derrubado, não saberemos viver em santidade. Este é um grande problema: uma falta de linha demarcatória. A falta desta linha nos impede de entender o que é profano do que é sagrado, o baixo do que é alto, etc.
Deus nos quer na brecha do muro para interceder pelo povo.
EMPENHO
Para nos empenharmos na obra de Deus, não basta apenas nos dispormos a fazê-la. Há condições para Deus nos aceitar em sua causa. Precisamos ser purificados por Deus e para que sejamos purificados, precisamos reconhecer os nossos pecados. Esta parte não é fácil. Nós nos acostumamos com o pecado, ao ponto de o pecado não ser mais pecado.
Purificados, precisamos nos empenhar pela causa de Deus. Se Deus procura pessoas que reparem os muros, é porque ele não pode repará-los por nós.
O empenho na causa de Deus é fruto de um relacionamento próximo com Deus. É impossível uma pessoa estar próxima de Deus e não se envolver em sua obra. É possível a alguém que não está próximo empenhar-se (por costume, ativismo, etc.), mas é impossível a quem esteja próximo dele não se empenhar na proclamação do Seu amor.
Nosso empenho deve ser feito com oração. E oração sem ação é preguiça. Ação sem oração é pretensão.
Deus procura pessoas que estejam em pé para interceder pelo povo. Estar em pé sugere o oposto de descanso. Há muita gente que quer ficar sentada diante de Deus. Ele quer pessoas que se disponham a ficar em pé. Nada, portanto, de descanso (Is 62.6-7).
Estar em pé sugere também persistência. Não há outro modo de se fazer a obra de Deus.
Estar na brecha é ser um guarda dos muros, dos próprios muros e dos muros da igreja. Estar na brecha é estar diante de Deus.
A vida cristã é uma jornada que se faz com os olhos fitos em Deus. Neste sentido, não tem a ver com religião institucional. É algo interior. É uma disposição de vida. Deus não é apenas o futuro para onde se caminha. É o presente que nos leva para o futuro.
Estar na brecha é estar na companhia de Deus; anelar por ela; ter prazer nela. Deus é experienciado como uma presença que dá prazer. Orar é ter prazer em Deus. Quem não ora tem prazer em outras coisas.
Se é verdade que o pecado nos mantém longe da oração, também é verdade que a oração nos mantém longe do pecado.
Temos pensado muito em oração como orações, isto é, como palavras, e pouco em oração como convívio com Deus. Quando Paulo nos pede para orar sem cessar (1Tesalonicenses 5.17), não pode estar pedindo oração-palavra, mas oração-vida. Não podemos falar sem cessar, mas vivemos sem cessar.
Estar na brecha é buscar a orientação de Deus. Estar na brecha é orar, mas orar pelos outros.
PARA ESTAR NA BRECHA
Nossa tarefa é permanecer diante da face de Deus em arrependimento e oração pela igreja.
Precisamos estar na brecha a cada dia e só o faremos se estivermos cheios do Espírito Santo e intercedendo pelos outros, seja para sua salvação, seja para algum tipo de livramento.
1. Precisamos ter a visão da brecha.
Para ver as brechas, precisamos agir como atalaias. Nem sempre o perigo tem cara de perigo… Nem sempre a necessidade nos aparece tão evidente.
Hoje, brechas podem ser pessoas com necessidade específicas a serem supridas, sejam elas materiais, espirituais ou emocionais. Que tal um abraço, um sorriso, um convite?
Brechas podem ser ministérios com necessidade de pessoas que os desenvolvam. Não há um ministério nesta igreja que não tenha necessidade de gente.
A indiferença é a pior das doenças porque invisível. A indiferença torna cômodas as nossas vidas. Cômodas e vazias…
Olhe em redor.
2. Precisamos estar dispostos a ficar na brecha.
Não basta ter a visão da necessidade. É preciso ter coragem de supri-la.
Nós somos, portanto, sacerdotes de nós mesmos e sacerdotes daqueles que ainda não entenderam que Jesus Cristo é o único mediador entre os homens e Deus.
Não é fácil ficar na brecha. Não faltarão os críticos… excelente críticos, mas incapazes de ficar na brecha.
Bom, eu fico por aqui. Até uma próxima…rs Vamos ficar na brecha!!!
Tiago Lima
www.projetodefunto.com