No livro do Êxodo, capítulo 13, versículo três, há o seguinte relato:
“E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui: portanto, não comereis pão levedado.”
O texto supracitado é, para mim, muito animador. Segundo a história bíblica, Deus chamou Moisés para uma gigantesca obra: conduzir seu povo à liberdade, arrancando-o do jugo do Egito e de seus faraós, que os humilhava e subjugava havia quatro séculos.
No decorrer do ministério de Moisés, desafios surgiram, e foi necessário aplicar a fé naquele que o chamou para tal obra. No capítulo 12 deste mesmo livro, a partir do versículo 37, depois de várias confrontações, Moisés narra a saída do Egito rumo à Canaã, terra que manava leite e mel. Em seguida, na consagração dos primogênitos a Deus, o profeta lança esta palavra ao povo.
O Senhor não nos formou para sermos atados pelo diabo ou presos às circunstâncias que a vida impõe. Se assim o fosse, o sacrifício de Cristo não teria sentido algum. O desejo de Deus para as nossas vidas, é que sejamos livres para adorá-Lo e servi-Lo com todo nosso ser. Por isso, Moisés disse ao povo “lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão” (Ex.13:3a). Ele queria mostrar ao povo que aquela data não seria esquecida por Deus, e que, portanto, não poderia ser esquecida por eles.
A forma como o Senhor instruiu a Moisés para descrever a intensidade e a forma como os israelitas foram arrancados dos desmandos do Egito, comprova o amor sobrenatural de Deus para com o seu povo: “pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui” (Ex.13:3b). Esse trecho nos faz entender que o Senhor tem imenso prazer em ver seu povo livre, sem amarras, sem algemas. E como a natureza de Deus é imutável (Hb.13:8), esse atributo perdura até os dias de hoje e perdurará eternamente. O desejo de Deus para o Seu povo, é que este seja livre para cumprir com a Sua vontade “…boa, agradável e perfeita…” (Rm.12:2c).
Um exemplo interessante desta vontade de Deus em ver seu povo livre, é observado quando meditamos na prisão de Paulo e Silas depois de expulsarem um demônio do corpo de uma jovem, em Filipos (Macedônia).
A Bíblia relata em Atos dos Apóstolos, capítulo 16, a partir do versículo nono, esta história magnífica. Depois da libertação daquela mulher, os seus donos exigiram a prisão e o açoite de Paulo e Silas. Como é de conhecimento, os dois apóstolos foram lançados no “cárcere interior”. Este termo designa uma prisão (que era em uma caverna), com doze pavilhões. Paulo e Silas estavam no décimo segundo pavilhão. Era impossível qualquer tentativa de fuga. Como se não bastasse, estavam com seus pés atados a um tronco. Perto da meia-noite, os missionários começaram a orar e louvar ao Senhor, e um terremoto atingiu aquele lugar. Só que há uma controvérsia. Existem dois lugares no mundo onde é impossível ocorrer terremotos em grande e larga escala, porque estão sobre apenas uma placa tectônica. São estes lugares: Brasil e Macedônia. Era geologicamente impossível um terremoto que abalasse a estrutura daquela prisão de segurança máxima, mas Deus o fez, porque o lugar de Paulo e Silas não era na prisão, atados, sem movimento. O Senhor havia preparado mais para eles. Além das doze portas quebradas, o Senhor ainda soltou os pés de todos os prisioneiros.
Eu entendo que naquele instante o Senhor ratificava a palavra de Êxodo 13:3. Não fomos criados para a prisão, mas para a liberdade em Cristo. Que possamos desfrutar dessa liberdade da melhor forma possível.
Fiquem na graça!