Texto bíblico: “Mas ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como ouro. Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele. Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento.” (Jó 23.10-12)
Jó estava confiante de que Deus ainda cuidava da sua vida e que sabia que nenhuma adversidade afastaria jó da sua lealdade a Ele.
Jó considerava seu sofrimento como uma prova de fé no Senhor e do seu amor por Ele. Sua prova era semelhante aquela de Abraão, quando lhe foi ordenado sacrificar seu filho Isaque.
O próprio Jesus Cristo foi provado pelo sofrimento que suportou (Hb 5.8) e, por isso, Ele agora é nosso padrão e exemplo (I Pe 2.21); nós, como seus seguidores, devemos andar em seus passos (Hb 13.12,13).
A condição firme de Jó, de que seria aprovado no teste e que nunca abandonaria o seu Senhor baseava-se em sua obediência fiel no passado, seu amor à Palavra de Deus e seu reverente temor a Deus. Semelhantemente, o cristão do Novo Testamento deve manter a firme resolução de nunca apartar-se da obediência a Deus; antes, temer as consequências da iniquidade e amar a Palavra de Deus mais do que o pão de cada dia (Sl 40.8).
Jó é um dos maiores exemplos de firmeza de convicção, de apego à retidão e de perseverança na fé (Tg 5.11). Sua determinação inabalável de manter a sua integridade e de permanecer fiel a Deus não tem paralelo na história da salvação dos fiéis.Nenhuma tentação, sofrimento, ou aparente silêncio da parte de Deus podia afastá-lo da sua lealdade a Deus e à sua Palavra. Recusou-se a blasfemar contra Deus e morrer (Jó 2.9).
Semelhantemente, o cristão do Novo Testamento deve ter esta mesma e única resolução nas tentações, tristezas e nos dias sombrios da vida. Com uma firme convicção, deve continuar resoluto na sua fé, firme até o final (Cl 1.23). Nunca deve recuar e abandonar a fé, enquanto viver; mas permanecer em tudo fiel à Palavra de Deus e ao seu amor. Deve “sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para os homens.”
Essa decisão de permanecer fiel a Deus e inabalável na fé, esperança e amor não é uma opção para o cristão. Fazer assim é a sua salvaguarda contra o naufrágio na fé, ante as intensas perseguições, tentações e ataques de satanás (I Tm 1.18-20).
Deus, por sua parte, promete pelo seu poder guardar os fiéis e preservá-los na sua graça, para que obtenham “a salvação já prestes para se revelar no último tempo.”
A condição essencial necessária para a proteção de Deus é a “fe”. A proteção de Deus mediante a sua graça não opera de modo arbitrário. É somente mediante a fé que os cristãos são protegidos por Deus, assim como somente “por meio da fé” que os cristão são salvos. Deste modo, é nossa responsabilidade conservar uma fé viva em Cristo, como Senhor e Salvador, para termos a proteção continua de Deus.
A fé obediente que Deus requer é uma fé que sinceramente se compraz em fazer a vontade de Deus e que manifeste o alegre esforço de guardar a Palavra de Deus no coração.
A razão por que os cristãos sofrem é por serem basicamente diferentes; não são do mundo e foram escolhidos do meio “do mundo”. Os valores, padrões e modo de viver dos fiéis, entram em conflito com os métodos iniquos da sociedade perversa em meio à qual vivem. Recusam qualquer transigência com os padrões ímpios, e, contrário a isso, apegam-se às coisas que são de cima e não nas que são da terra.
Pastor Lauro Cabral