Mais um ano vai, Mais um ano vem, mudam algumas coisas, mas o ser humano continua enganado nos seus falsos conceitos por rejeitar a verdade.
Depois de um dia trabalho, cheguei em casa, e enquanto eu relaxava um pouco antes de ir para o banho e comia alguma coisa, de madrugada, “zappeando” a tv eu parei num canal, num programa que em seus minutos finais falava de James Brown, por causa de sua morte. Uma parte de sua última entrevista que foi dada para um famoso apresentador brasileiro era exibida, entrecortada por fatos sobre sua vida, sua carreira etc.
Neste mesmo dia eu havia comentado com uma amiga sobre nós, com títulos como filhos de Deus, nascidos de novo, luz do mundo, e nossa maneira de encarar o mundo e seus hábitos, como deveríamos proceder ou não em situações. Como disse Jesus, o mundo odiou a Ele primeiro e por isso nos odiaria também por causa de nossa fé, por não nos entender. Estávamos justamente comentando sobre viver ou não para Deus, pelo menos tentando entender a plenitude e as conseqüências do que tudo isso significa para nós.
Voltando ao fato, o momento da entrevista que mais me chamou a atenção foi no final quando o entrevistador perguntou a James Brown como ele mantinha a vitalidade com uma idade tão avançada. Para minha surpresa ele disse que o segredo estava na bíblia, e como exemplo citou Moisés, mas em tom de ironia e malandragem. Citou a frase de João, que “Deus é amor” dizendo que o mundo seria melhor se nos amássemos, e disse ainda que o que o movia também era o prazer de ajudar crianças pobres.
Ao mesmo tempo em que imagens de seus shows eram mostrados, muita energia no palco, homens e mulheres dançando e cantando, uma teatralidade agressiva, espasmos em forma de uma coreografia sem nexo, quando não com gestos sensuais, pra não dizer eróticos, em meio aos comentários legendados na tela, e comentários dele por ele mesmo. Então eu me pus refletir como que impelido por uma certa incomodação.
Como numa tempestade mental, com o coração partido e o estômago querendo embrulhar, eu pensei comigo: como as pessoas criam para si filosofias, vivem debaixo de um egoísmo e ainda crêem que o que chamam de boas obras (falo sobre as miseráveis caridades que são confundidas com boas obras que agradam ao Pai), acreditam ser sinônimo de amor para com o próximo e sacrifício agradável a Deus, ainda que desprezem a libertação, a salvação em Jesus Cristo, negando e se envergonhando de seu nome.
Pois parece muito fácil amar o mundo e suas ofertas, e quando a consciência (a alma) se sentir cansada, é só fazer depois uma ou outra “caridade” pra desencargo de “consciência”. Aí está tudo certo, basta achar que Deus é bom e crer nEle da maneira que for conveniente, e talvez sem perceber de forma supersticiosa, então é suficiente; amar a própria vida e seus deleites, alimentar seus orgulhos, violentar sua própria alma já sufocada pelo pecado e pela falta de perdão e seguir assim até morrer; e então pra tentar conseguir um certo alívio basta bancar o bonzinho, fazer uma bondadezinha aqui, uma caridadezinha ali e está tudo certo.
Como se não precisássemos pensar na necessidade da renúncia pessoal por causa do pecado, na questão da morte de Cristo, seu exemplo, sua vida e obra dedicada ao verdadeiro bem, e ao serviço do Pai celestial.
E pra agravar a situação, pensa-se que usar o nome, a fé como amuleto ou acessório pra Ter a benção de Deus, parece ser um meio eficaz pra ter sucesso e realização pessoal, pra satisfazer as concupiscências pessoais.
Será que o caminho estreito daquele mapa que Jesus deixou para nós foi alargado ou sofreu alguma inovação em algum momento? Ou tentamos adaptar a nossa maneira de viver em conformidade com o mundo e seus desejos sem perceber que perdemos a direção, enganando a nós mesmos no escuro mal iluminados no caminho das vãs filosofias e do engano pessoal?
Nem amuleto, nem acessório. Viver para Deus, através da fé em seu Filho é uma responsabilidade para cada um de nós. Ou vivemos e nos esforçamos aceitando a verdade como ela é ou enganaremos a nós mesmos com nossas fantasias, fugas e inventos pessoais. E o pior de tudo, trilhando um caminho de morte, onde nada que pensemos ou façamos terá o poder de nos livrar de um indesejável resultado final. Somente Cristo, sua verdade e vida em nós.