Desde que a velha Serpente sinalizou ao primeiro casal que eles seriam livres caso desobedecessem a Deus e fizessem somente a própria vontade deles, a mesma grande mentira tem sido acolhida pela grande maioria da humanidade, especialmente nos dias em que temos vivido.
Porque primeiro de tudo, deve ser considerado que não houve qualquer liberdade de Deus conforme o Inimigo de nossas almas prometera, ao contrário, o homem perdeu a perfeita liberdade que tinha de ser escravo da própria vontade, do diabo e da vontade de outros, quando deu crédito à Serpente.
Por causa do estado de desobediência latente ao qual ficou sujeita a sua naturezas, tornou-se escravo do pecado, da corrupção, da imperfeição, da infelicidade, do medo, do ódio, das trevas, da cobiça, e de tudo o que é mau e contrário à vocação original que Deus havia dado à sua natureza, a saber, a de ser livre e perfeita perante Ele, em amor.
O homem se tornou também, em certo sentido, escravo da ira e do juízo de Deus, porque não pode ser justificado no estado de pecado não expiado e remido, o que pode ser feito somente por meio da fé em Cristo.
O tempo do fim revelará, se isto não for revelado antes, ao homem que se julga livre de Deus e da sua vontade, que ele está na verdade amarrado aos grilhões do pior tipo de escravidão, na qual não há qualquer recompensa senão apenas a morte espiritual de uma condenação eterna a sofrimentos terríveis que jamais cessarão.