O caminho do cristão nem sempre brilha com a luz do sol; ele tem as suas épocas de trevas e de tempestades.
É verdade que está escrito na Palavra de Deus, “Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são paz”, e é uma grande verdade, que a fé que professamos é projetada para dar ao homem a felicidade abaixo, bem como a bem-aventurança acima, mas a experiência nos diz que, o caminho do justo é “como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”, mas, por vezes, a luz é eclipsada.
Em certos períodos as nuvens cobrem o sol do cristão, e ele caminha nas trevas e não vê a luz.
Há muitas pessoas que se alegram na presença de Deus por uma temporada, eles têm se aquecido ao sol nos primeiros estágios de sua carreira cristã; têm andado ao longo dos “verdes pastos”, junto das “águas tranquilas”, mas de repente, eles constatam que o céu glorioso está nublado; em vez da Terra de Gósen eles têm que trilhar o deserto arenoso; no lugar de água doce, eles encontram fluxos de tribulação, amargos para o seu gosto, e dizem: “Certamente, se eu fosse um filho de Deus, isso não estaria acontecendo.” Oh! Não fale assim, você não está andando nas trevas. O melhor dos santos de Deus deve beber o absinto, o mais querido de seus filhos deve carregar a cruz. Nenhum cristão tem desfrutado de prosperidade perpétua, nenhum crente tem sempre guardado a sua harpa dos salgueiros. Talvez o Senhor lhe tenha designado em primeiro lugar um caminho suave e sem nuvens, porque você era fraco e tímido. Ele abrandou o vento para o cordeiro tosquiado, mas agora que você está mais forte na vida espiritual, você deve ter a experiência mais áspera dos filhos maduros de Deus. Precisamos de ventos e tempestades para exercitar nossa fé, para arrancar o galho podre da auto-dependência e nos enraizarmos mais firmemente em Cristo. O dia do mal nos revela o valor da nossa gloriosa esperança.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.