Confira a entrevista com Fernanda Brum
Como começou o ministério da cantora Fernanda Brum?
Bom, na verdade o ministério da cantora foi meio sem querer. Cantar era algo que eu sabia fazer, mas eu queria pregar, então o violão me auxiliava muito nas pregações. Eu comecei a tocar algumas canções conhecidas para conseguir que as pessoas estivessem abertas para ouvir a Palavra. Eu entendi que a música era uma grande estratégia pra pregar o Evangelho. A cantora apareceu aí, como um complemento à pregação.
Como foi seu chamado pastoral?
O chamado pastoral aconteceu antes da música. Quando eu me converti, eu tinha certeza de que seria uma oficial da igreja. Eu não sabia que seria uma pastora, mas achava que ia ser uma missionária. Minha avó dizia: você é uma missionária! Mas na cabeça dela missionária era pastora, então eu me converti e comecei a pregar nos cultos nas casas dos condomínios onde morava e comecei a exercer o meu chamado. A minha expectativa era que um dia eu me tornasse uma pastora de igreja e a música seria só um meio para pregar. Meu ministério pastoral começou antes de começar a cantar, com 16 para 17 anos.
Só fui ser ungida como pastora há quatro anos, quando estava grávida de três meses do meu filho Isaac.
Qual é a diferença entre a pastora e a cantora?
Não existe isso de dividir uma pessoa como pastora, como cantora, como mãe, como esposa. Sou uma pessoa só que tem características diferentes na vida. Porém acho que pastora e cantora se fundem muito. A música é desculpa para pregar. A pregação acontece durante a música também, então eu não consigo fazer essa separação.
Você abraçou a causa da igreja perseguida, como é isso?
Eu sempre estivesse abraçada com causas missionárias, sempre fui apaixonada por Missões. Descobri a igreja perseguida há pouco mais de um ano. Não sabia que existia uma igreja perseguida. Se eu soubesse disso há mais tempo, eu teria abraçado muito antes. Comecei a conhecer mais através de um livro que eu li: “Torturados por amor a Cristo” e fiquei desesperada de como isso ainda acontecia no século XXI e como ainda temos esse tipo de desafio como na igreja primitiva. Não consegui ficar de fora. Tive que me envolver até o último fio de cabelo na causa da igreja perseguida, numa proteção, numa cobertura de oração e até mesmo com recursos financeiros para que as pessoas tivessem, pelo menos, alívio da dor e do sofrimento que passam por pregar o Evangelho. Eu sei que é uma gota no oceano, mas é a minha parte. Se cada um pudesse se engajar na causa da igreja perseguida com aquilo que sabe fazer, com certeza o evangelho já teria chegado aos povos não alcançados e Jesus já estaria voltando mais rápido. Evangelizamos o planeta com o intuito de viabilizarmos a volta de Cristo.
Recentemente você lançou uma agenda missionária, que ajuda a igreja perseguida, financeiramente. O que mais você pretende fazer, seguindo essa linha?
Parte da renda do CD “Profetizando às Nações” é revertida para missões “Portas Abertas”. O que Deus me der de criatividade para gerar recursos, eu vou fazer. Por enquanto, tenho feito camisetas, agendas, produtos que gerem renda para os cristãos perseguidos. As pessoas precisam entender que a perseguição existe no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Você tem um site chamado Profetizando às Nações (www.profetizandoasnacoes.com.br). Por que este nome?
Parece piegas, mas acho que o ministério é muito maior do que eu. Por que girar em torno do meu nome? Eu sou a gota do oceano. O ministério abrange tudo. Várias pessoas, pregadores podem se unir ao ministério. Tem que ser um nome que demonstre essa pluralidade ministerial para que todos se unam a nós numa causa nobre. Temos discípulos ligados a nós do mundo inteiro. O Profetizando às nações é uma janela pela qual os profetas podem gritar suas dificuldades, pedidos de oração informar suas dores, não é só informativo, mas um site de relacionamento ministerial.
Como foi a experiência da gravação do DVD em outubro de 2006?
Eu não esperava mais de 50 mil pessoas. Eu esperava apenas 10 mil pessoas. Quando você executa o que Deus mandou, o sucesso é de Deus. Quando você faz aquilo que Ele fez, o que Ele mandou, as coisas são bem sucedidas. Sucesso é a medida do homem. Triunfo é a medida de Deus. O que aconteceu ali foi o cumprimento do sonho de Deus e eu não tenho nada a ver com isso, sou só um instrumento Dele.
Você acha que tem carisma?
Deus cismou de rir para mim, e se eu começar a achar que Deus sorri pra mim porque eu sou legal, coloco tudo a perder. Não existe um motivo que justifique um sucesso ministerial. O motivo é que Deus decidiu fazer. O dia que não for mais comigo e for com outra pessoa, vou entender que a nuvem está sobre outra pessoa e que Deus vai me dar outra coisa para fazer naquele momento. O dia que eu não tiver mais o que dizer para o mundo Deus vai levantar alguém que tenha. Eu não posso dizer que o que tem acontecido é porque eu tenho carisma. Se eu tenho carisma, veio Dele. Se eu tenho voz, veio Dele, se tenho palavra, veio Dele. Eu não tenho o direito de dizer que eu tenho carisma. Eu posso ter um carisma que não é meu. Isso é graça. De maneira nenhuma eu posso creditar isso em minha conta. O dia que eu achar que sou eu que faço alguma coisa, acabou.
A pirataria tem aumentado muito nos últimos anos. O que você tem a dizer sobre isso?
É roubo. Eu acho que vamos ter que mudar o sistema de mídia vídeo e audiofônico (Cds e DVDs), estamos caminhando para um novo tempo onde as músicas vão ter que ser vendidas de um outro jeito. Lembra quando era fita e vinil, depois veio VHS, CD, DVD que era gigante, até chegar ao nosso DVD?
O que me dói muito é saber que crente é que faz isso. Quem compra CD pirata evangélico não é a pessoa secular, é o crente. Aí dizem: é caro! Mas aí porque o tênis é caro você vai roubar também? É o mesmo princípio.
CD custa. É caro para produzir, dá emprego para muita gente. Desde a faxineira até o lugar que prensa. Pirataria pode sim acabar com muita coisa boa na igreja, principalmente o dízimo. Tudo que eu ganho é dizimado. Além de roubarem do meu trabalho (eu trabalho muito, só Deus sabe o quanto), então estão
roubando do meu dízimo. Roubando dos meus funcionários, dos meus missionários, da igreja perseguida, da igreja. Ladrão vai para o inferno.
Entrevista extraída do site www.supergospel.com.br